segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

PPD/PSD EM PRÉ-CAMPANHA EM PONTE DE SOR


Os candidatos a deputados pelo círculo de Portalegre, estão, ao longo do dia, envolvidos no seguinte conjunto de actividades na cidade de Ponte de Sor:
09:30h - Largo da Igreja (ponto de encontro)
10:00h - Incopil (agro-industria)
11:30h - Subercentro (corticeira)
14:30h - Santa Casa da Misericórdia
15:30h - CRIPS
16:30h - Dinair Aeronáutica

ESTE HOMEM JÁ SABEM QUEM É?

O fim político de Santana Lopes - que diariamente agoniza aos nossos olhos - está a ser uma tragédia: o homem está a morrer no circo, ao estilo de sacrifício romano.
Já nada lhe resta
, os sucessores sucedem-se diariamente no PSD, perdeu o parceiro de coligação que descola a todo o vapor do mais patético primeiro-ministro que Portugal conheceu nos anos de democracia e, provavelmente, enlouqueceu
.

A pantomina da democracia portuguesa iniciada em Julho passado assume agora foros de irrealidade: o homem já não tem nada para vender.
Resta-lhe o currículo conhecido do eleitorado através das "revistas do coração", onde se passeava semana sim semana não - foi casado várias vezes, namorou algumas raparigas.


Ontem lançou o mais estranho mote da campanha eleitoral:
votem em mim porque eu gosto de raparigas.
Chegámos ao patamar que nunca pensámos atingir na política.
Só um miserável - e quem é Santana Lopes, neste momento do campeonato, senão um pobre despojado de qualquer bem válido para a polis?
- pode utilizar em comícios, como aquele em que ontem participou, com 1000 mulheres, em Braga, o facto de ser aquilo a que se chama, em alguma gíria, "um femeeiro".

Já tínhamos visto o absurdo de políticos desesperados a utilizar a estabilidade familiar como argumento de campanha - que foi o que João Soares fez contra o próprio Santana Lopes na campanha de Lisboa.
Agora, vem o primeiro-ministro de Portugal rodear-se de mulheres que dizem que ele é "conhecido pela sua natureza sedutora" e "ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras".
O fervor homofóbico é espantoso e quase irreal.
Num comício de Lopes grita-se: "Bem hajam os homens que amam as mulheres!".
E o primeiro-ministro candidato a novo mandato diz que "o outro candidato tem outros colos" e que "estes colos sabem bem".
Já nada Lopes tem para oferecer: com a credibilidade política de rastos, atira-nos um cartaz para a frente que diz "Este homem sabe o que é".
Saberá?
Nós sabemos.
É o que Jorge Sampaio, com o apoio generalizado do país, mandou para a rua por falta de credibilidade e incompetência manifesta.
Afinal, é mais o quê?


Um "femeeiro".
É este o currículo que Santana Lopes agora transformou em arma eleitoral: namorou com várias mulheres.
Mais de 30?
Menos de 100?
Só um louco descontrolado traz esta matéria para a campanha, mas de Santana Lopes tudo se pode esperar - eventualmente até um "strip-tease" no comício de encerramento.

Nada mais resta a Santana Lopes.
Tem o corpo, e só o corpo, à venda no dia 20 de Fevereiro.
Mas o mais provável é que, ao fim da noite, o corpo já seja um cadáver.

Ana Sá Lopes
N. E: Femeeiro - Homem que revela apetência para o contacto com mulheres = MULHERENGO

ISTO CADA VEZ VAI MAIS LINDO, VAI !!!



«Entre 2001 e 2003, houve uma quebra de 92% no número de agregados com rendimentos superiores a 250 mil euros/ano. (...).

Segundo especialistas contactados pelo "jn negócios", há claros indícios de uma evasão fiscal em larga escala (...).»




A CAMPANHA NO SEU MELHOR! [parte II ]


A campanha soma e segue, à canelada. Agora são as alegadas dívidas fiscais do Dr. Lopes, que o PS não perdoa, isso, e as estranhíssimas declarações de Bagão Félix sobre um parecer do Presidente da Assembleia Geral da Caixa Geral de Depósitos, o Prof. Freitas. António Bagão Félix disse lamentar e estranhar que Freitas do Amaral, "presidente da assembleia geral da Caixa Geral de Depósitos [CGD], cujo único accionista é o Estado, tenha dado um parecer [aos sindicatos] a propósito da transferência parcial do fundo de pensões para a CGA, sem sequer ter falado com o accionista que representa e que o nomeou". António Bagão Félix não tem que se lamentar coisíssima nenhuma; como bem disse, o único accionista é o Estado, logo das duas, uma, ou este confia em Freitas do Amaral em ser um bom e competente presidente da assembleia geral da Caixa Geral de Depósitos, ou não confia, e essa confiança do Estado em quem nomeou não tem nada a ver com questões de consciência do nomeado. Por outro lado, tudo indica que, tomando as dores do CDS/PP, o Dr. Bagão pegou foi no primeiro pretexto que arranjou para acertar no Prof. Freitas. É que não é preciso morrer de amores pelo personagem, e eu manifestamente não morro, para ter que concordar, com um mínimo de honestidade intelectual, que formal e substancialmente o Prof. Freitas não foi desleal para com a CGD, já que a decisão que comentou é da estrita competência do Governo. A não ser, a não ser, e convinha que António Bagão Félix esclarecesse isso, que seja entendimento (do Governo?, da coligação?, do PP?) que qualquer nomeado para este tipo de cargos o é por confiança política (!), logo não pode nunca discordar de quem o nomeou, e não por estrito mérito e confiança... Quanto à questão fiscal do Dr. Lopes (e vai ser curioso ver se o Dr. Bagão vai mexer uma palha que seja para apurar dos autores da eventual fuga de informação e repectiva violação do sigilo fiscal...), sendo manifestamente matéria de relevância pública, teria sido muito mais sensato ao PS não se meter no assunto e deixar o esclarecimento deste a cargo da comunicação social e do Dr. Lopes...


Manuel

NOVO SELO


A CAMPANHA NO SEU MELHOR!


Este homem é conhecido pela sua natureza sedutora”.Augusta Ferreira, doméstica, no almoço das mil mulheres com Santana, 29 de Janeiro“Ele ainda é do tempo em que os homens escolhiam as mulheres para suas companheiras”.Manuela Cardoso, funcionária pública, idem“Bem-hajam os homens que amam as mulheres”.Idem, ibidem“O outro candidato [José Sócrates] tem outros colos. Estes colos sabem bem”.Pedro Santana Lopes, idem
Fonte: texto de Alexandre Praça no
Público de ontem

É FIM DO MUNDO



As galinhas têm dentes. Os porcos voam. Santana Lopes defende a família tradicional.
Rui Tavares

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CRISE DE REPRESENTAÇÃO [ parte III ]

1.

O que se passou nos últimos dois dias na campanha eleitoral do PSD por responsabilidade directa de Santana Lopes, as afirmações baixas nos comícios, o cartaz sub-reptício cheio de insinuações sobre quem é que os portugueses conhecem ou desconhecem, um mundo de insinuações morais transformado em campanha eleitoral, levantam a suspeição sobre se não haverá uma campanha organizada de boatos que sirva de pano de fundo a esta guinada de campanha negativa tão pouco habitual em Portugal.

2.

É tudo demasiado grave e está a tingir um nível de insuportabilidade que todos, a começar pela gente séria e honesta do PSD, sentem indignação. Entre ontem e hoje muitas mensagens que recebi têm esse tom de revolta: “ponto de saturação”, diz-se numa delas.

“Creio que se chegou ao ponto de saturação acerca do 1º ministro português em exercício (!!!). Acabou-se. Não vou perder nem mais um minuto a debruçar-me sobre o que ele disse e o que fez e por onde andou. Os limites foram já ultrapassados por mais de uma vez.” (E.P.)

“Sou militante do PSD há 30 anos (…) , resolvi dar um grito de revolta. Basta. “ (O. M.)

E há muitas mais e mais duras.

3.

Muitos eleitores simpatizantes do PSD e muitos militantes, a quem não passa pela cabeça votar PS, dizem que se vão abster ou votar em branco. Nunca se conheceu uma situação destas no partido e no seu eleitorado.

4.

Há pelo menos uma coisa positiva que se pode fazer: ter as cotas em dia. Vai ser preciso.

5.

Voltaremos aqui.

PS. - Há alguma controvérsia sobre se são "cotas em dia" ou "quotas em dia". As duas palavras são usadas e uma consulta ao dicionário revela que ambas têm sentido idêntico. Salvo melhor opinião, fica para já "cotas" cujo uso é mais corrente.
José Pacheco Pereira

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AUSCHWITZ 60 ANOS DEPOIS



Quinta-feira passada foram comemorados os sessenta anos da libertação de Auschwitz, o principal campo de destruição nazi. As comemorações são boas e correram bem. Mas decorrem num clima preocupante.

É consolador ouvir o chanceler alemão afirmar a 25 de Janeiro que a Alemanha "tem uma responsabilidade particular" na Shoa; embora não seja bem clara a origem dessa responsabilidade, pois julga que "a esmagadora maioria dos alemães que hoje vivem não tem culpa no Holocausto". Seja como for é um progresso em relação à sua teoria segundo a qual, com a última vitória social-democrata, a Alemanha teria passado a "país normal".

É óptimo que os poderosos do mundo comemorem o fracasso do nazismo na sua tentativa de acorrentar o mundo e aniquilar os judeus - "em Auschwitz e Birkenau os europeus comemoram o genocídio" titulava Le Monde, num lapso que dá calafrios na espinha.
Já é preocupante que estas comemorações ocorram num clima de aumento do nacionalismo, do racismo e de desequilíbrio dos poderes na Europa.

Mais de metade dos alemães estão fartos de ouvir as "lamúrias" sobre o genocídio. Os atentados anti-semitas crescem em toda a Europa. O combate ao terrorismo fundamentalista islâmico dá pretextos ao racismo anti-árabe. Crescem o desprezo e o medo pelos imigrantes. O fim do comunismo russo criou um vazio do poder na Europa de Leste e alterou os equilíbrios em que tinha vivido a do Ocidente. O que provoca inquietações. O nacionalismo cresce em toda a parte - seja nos volumosos candidatos a directores da Europa, seja nos micro-estados balcânicos ou peninsulares.

O parágrafo anterior aplica-se por inteiro à Europa entre as duas guerras - isto é, ao período em que os nazis unificaram a Europa continental e começaram o falhado genocídio. Então, os alemães também se queixavam da paz de Versalhes - que os tratara como criminosos. O anti-semitismo crescia. Os imigrantes eram odiados e apátridas. O fim do império austro-húngaro e a inicial fraqueza da Rússia soviética desequilibraram o leste europeu.

A tentativa de genocídio nazi é o zénite de um crescendo do racismo comparável ao que hoje começamos a viver. É costume afirmar que ninguém previu a Shoa mas essa afirmação é inexacta. Teodoro Herzl, um judeu que celebrava o Natal, tornou-se sionista a sério quando o caso Dreyfus (1894) lhe mostrou que não haveria sossego para os judeus europeus - mesmo os assimilados e patriotas. O sionismo previu a Shoa. O grosso da opinião euro-americana ignorava-a ou conhecia-a e achava-a de somenos? Ainda é cedo para saber.
Hoje, no palácio europeu, o sonho voa para o federalismo e a rua é dominada pelo racismo e o nacionalismo, filhos do medo e da inveja, pais da intolerância e da perseguição. É preciso inverter a situação - porque as mesmas causas produzem os mesmos efeitos.
L.S.M.

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ELOGIO DA MAIORIA


Mais do que em eleições anteriores, a questão da maioria absoluta de um partido tem vindo a transformar-se em assunto central. Uns receiam, outros esperam; uns condenam, outros exigem. Para uns, trata-se de instrumento essencial de governo democrático. Para outros, é uma ameaça às liberdades e um convite ao abuso de poder.
É curioso que ainda hoje, passados trinta anos, se discuta este tema. Mas o caso explica-se. Em Portugal, entre políticos e professores, mas também entre a população, a ideia de uma maioria absoluta tem inimigos confessos. Quando essa atitude tem origem nos pequenos partidos, é puro interesse. Percebe-se, mas não se aceita. Quando são simpatizantes de um dos dois grandes partidos, esse receio é mais incompreensível. É verdade que cada um vê como boa a maioria absoluta do seu partido, mas, por receio que a sorte calhe ao adversário, prefere que esse instrumento não seja consagrado.
Desde os primeiros anos do nosso constitucionalismo democrático que se cultiva o valor do governo minoritário. Ou antes, tudo se fez para que seja possível um governo minoritário. Por exemplo, na Constituição, não se previu deliberadamente que um novo governo fosse obrigado a fazer aprovar a sua entrada em funções ou o seu programa. Um governo pode "passar" no Parlamento sem qualquer votação ou com a abstenção de outros partidos. Está errado, diminui a legitimidade do executivo, mas são esses os nossos costumes.
Estes nasceram nos anos setenta. Nenhum partido via a hipótese de, sozinho, conquistar facilmente a maioria. Ainda por cima em sistema proporcional, que torna difícil esse feito. O então PPD, com odores de social-democracia, receava uma eventual coligação com o CDS. E o PS, que não imaginava uma aliança com o PC, convenceu-se, desde então, que jamais poderia governar a não ser sozinho (ou com coligações à direita, o que fez por duas vezes). Nos anos oitenta para noventa, aquando das revisões, os socialistas ainda tentaram fazer evoluir o sistema e inventaram um sofisticado dispositivo, o da "moção de censura construtiva", que, sob a aparência de estimular a formação de um governo maioritário, era, em última instância, uma defesa dos governos minoritários.
O problema não é o da maioria absoluta de um só partido. Essa, ou se tem, ou não; ou se merece, ou não. Nenhum expediente legal deve transformar uma minoria em maioria, naquilo que se chama vulgarmente a "vitória na secretaria". O problema é o do apoio parlamentar maioritário. Esse, sim, deveria preocupar os políticos e os eleitores. Esse, sim, deveria ser facilitado pela lei. Ou antes: a Constituição deveria tornar obrigatório um voto positivo da maioria, aprovado por um ou mais partidos. A formação do governo e o seu programa seriam assim devidamente legitimados. Se um partido não obtém os votos suficientes, a solução é conhecida: faça as coligações, as alianças e os acordos necessários a poder entrar em funções.
É possível que a estabilidade, por si só, não seja um valor absoluto. Mas, como instrumento de governo, de durabilidade de políticas, de capacidade de resolução, de planeamento e de execução de mandatos, é, sem dúvida, um valor interessante. O governo de maioria deveria ser a regra. Em Portugal, apreciam-se perversamente os governos instáveis e temem-se as "ditaduras da maioria". É evidente que, com os hábitos caseiros, a tentação de um partido com maioria absoluta é quase irresistível. Mas já tivemos experiência de governos maioritários (de um só partido ou de coligação...) e nem todos foram tão maus. A democracia não sofreu danos com os governos de Cavaco Silva ou as coligações da Aliança Democrática e do Bloco Central. Bem mais sofreu com as fugas de Guterres e Barroso e o despautério de Santana.
O governo que sair das próximas eleições deve ter a maioria. De um só partido, se os votos derem para isso. De uma coligação, se for preciso. Imaginemos que nenhum partido tem a maioria absoluta. A solução é simples. O partido mais votado deve fazer o necessário, com um parceiro, a fim de garantir o apoio parlamentar. Como se sabe, os cenários podem ser vários. Se não houver maioria absoluta, pode haver maioria de esquerda ou de direita, tudo dependendo dos números e dos resultados dos pequenos partidos. Em todos os casos, as coligações são evidentes. O PS poderá e deverá aliar-se à esquerda, com o Bloco de Esquerda, o PC ou os dois; se não for possível, com o CDS; em última instância, se os números não derem, com o PSD. Quanto ao PSD, a ordem é inversa: coligação preferencial com o CDS; e de recurso com o PS. No caso do PSD, já parece impossível prever uma eventual aliança com o Bloco de Esquerda ou com o PC.
A solução do Bloco Central parece ser a pior. A tendência para a corrupção, o favoritismo e a partilha de despojos é mais forte com um governo que tenha quase oitenta por cento dos votos, do que com um partido maioritário ou uma pequena coligação. Colocar-se-á de novo o problema de uma eventual coligação de esquerda? A questão é antiga e nunca teve resposta definitiva. Ou antes, sempre pareceu que o PS seria incapaz de tal. O que é o seguro de vida da direita. Nem sempre esta incapacidade teve resultados negativos. Mas, com o segundo governo de Guterres, foi evidente que essa impossibilidade acabou por ser um obstáculo a uma política saudável.
Como não se previu a aprovação no Parlamento, só uma moção de censura pode impedir um governo minoritário. Mas, para tal, é também necessário que se conjuguem os votos de vários partidos adversários, o que quase nunca foi possível. Sendo assim, o único recurso é esperar que o Presidente da República diga ao partido mais votado que só dará posse a um Primeiro-ministro e a um governo que lhe garantam apoio parlamentar positivo e programático. Tem o Presidente da República legitimidade para fazer uma tal exigência? Com certeza que sim. Como teria tido, aliás, no Verão de 2004, se dissesse ao PSD que queria ter dois ou três nomes de eventuais Primeiros-ministros, a fim de escolher um. Teria evitado os meses dolorosos que se seguiram; teria talvez afastado a hipótese das eleições antecipadas. O Presidente da República não é um mestre-de-cerimónias passivo. Os resultados das eleições, de que fala a Constituição, não o obrigam a aceitar um governo minoritário, provavelmente instável e impotente. Se o Presidente assim agisse, prestaria relevante serviço ao país.
António Barreto

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

CRISE DE REPRESENTAÇÃO [ parte II ]

1.

Em quem é que eu voto? É a pergunta que mais me fazem. É a pergunta que mais me faço.

2.

Já tive mais certezas do que as que tenho hoje. Há quem pense que é muito simples: critica Santana Lopes, não pode votar no PSD. (De passagem, a mesma crítica não é feita aos "renovadores" que dizem ir votar no PCP, ou aos socialistas que disseram cobras e lagartos de Sócrates e vão votar PS, ou aos bloquistas que vão votar PS. A economia da coerência como arma de critica ad hominem é sempre para os outros...) Mas eu estou em oposição a Santana Lopes e não ao PSD, cujo papel na democracia portuguesa continuo a considerar vital. Seria mau para Portugal que Santana Lopes voltasse a ser Primeiro-ministro, mas seria péssimo que o PSD perdesse o seu papel único no sistema político português. Continuo a pensar que, após a ultrapassagem deste epifenómeno, que não será fácil nem pacífica, o PSD pode reencontrar o seu papel de único partido por onde passam (e passaram) todas as reformas que Portugal precisa. O futuro do PSD diz-me respeito como seu militante e não conto alhear-me dele e por isso uma fina linha de navalha de decisão me pesa. Não se pode ficar de bem com todos. Acontece.

3.

Se Sócrates chegar ao poder - como um infeliz cartaz da JSD e múltiplas declarações de Santana Lopes e Miguel Relvas todos os dias nos dizem que vai acontecer - será o retorno ao adiamento medíocre e dourado. Todos sabem o que penso do guterrismo, não vale a pena repeti-lo. Mas convém ficar claro que se Sócrates chegar ao poder, o primeiro responsável é Santana Lopes. Não é único, Durão Barroso e os unanimistas do PSD que batem palmas a tudo para reservar o seu pequeno lugar, também têm responsabilidades. Mas nunca ninguém enterrou o PSD numa crise de credibilidade tão grande como Santana Lopes, nunca ninguém dividiu o partido tão esterilmente como Santana Lopes. Houve quem dissesse há muito tempo que ia ser assim, desde o tempo da Cadeira do Poder.

4.

Há também responsabilidade nos poucos que podiam pelo menos ter tentado fazer-lhe frente, há cinco meses e agora. A tese que, para derrubar Santana Lopes, é preciso que ele perca as eleições, pode ser boa para os candidatos à sua sucessão, mas é péssima para o partido e má para o país. Fique no entanto a saber-se que muito foi tentado, felizmente sem vir para as páginas dos jornais, para que tal acontecesse. Houve muita gente que não ficou sentada e que tentou. Falhou, mas também não é verdade que muitos militantes, entre os quais me incluo, não tenham tentado persuadir, convencer, sem sucesso.

5.

A favor dos que não avançaram antes, mas o vão fazer a 20 de Fevereiro, há que ter consciência das dificuldades, dos tempos demasiado curtos, dos momentos desfavoráveis, da aceleração com que tudo ocorreu, e da degradação de muitas estruturas do partido que, desde que não lhes mexam nos lugares dos seus dirigentes, aceitam tudo e perdem o sentido do interesse nacional. Neste ciclo de pressa, Durão Barroso tem muitas responsabilidades, porque podia ter sugerido uma sucessão pelo governo, dando tempo ao partido para encontrar uma solução sem ser sob pressão e encomenda.

6.

Dito isto, fique bem claro que o PS não é alternativo aos males do PSD. Isto está de tal modo rasteiro que convém também dizê-lo explicitamente. Lembro a alguns meninos sem memória que quando eles andavam em hotéis a fazer acordos com o engenheiro, ou quando no PSD muitos se acomodavam à inevitabilidade do estado de graça permanente de Guterres e actuavam como se estivessem em bloco central para os empregos, eu fui sempre um duro crítico do guterrismo muitas vezes solitário. Quem criticou a divisão entre PS e PSD dos lugares nos conselhos de administração de algumas importantes empresas, quem criticou a venda da Lusomundo à PT, quem criticou as re-nacionalizações por via das golden shares, quem criticou a passagem dos orçamentos do PS? Não foram alguns dos patriotas da camisola dos dias de hoje.

7.

Discordo por isso em absoluto da posição de Freitas do Amaral no plano político. Insisto: no plano político, porque quanto ao plano moral, os discípulos do dr. Portas são os últimos que têm autoridade para o criticar, dado que a sua casa é o melhor exemplo do oportunismo em estado puro, com a agravante de ser exibido com arrogância e hipocrisia. Freitas do Amaral tomou uma posição de consciência, pouco fácil para quem foi o que foi e é o que é. Merece respeito por isso e discordância política.

8.

Voltaremos aqui.
José Pacheco Pereira

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DO CORREIO... Do Correio...


No artigo do Sr. Carlos fala-se em rave parties e no consumo de drogas pesadas.



Drogas pesadas?

Desde quando a música electrónica e as suas festas estão ligadas a drogas pesadas?

Se me disse-se que estão ligadas a drogas dizia-lhe logo que sim, está ligada a drogas como todos os generos de música desde a clássica ao rock (este ligado sim a drogas pesadas como o LSD)ou artes.

Aliás eu acompanho a cultura rave desde o seu início, fui a muita festa e não consumi ou consumo uma única droga.


Meu amigo Carlos, eu aturo todos os anos pelo menos 3 festas populares e não ando a culpá-los publicamente nem aos seu frequentadores, muitos deles em estado puramente álcoolico (álcool, a maior droga consumida pelos portugueses, socialmente e "estatalmente" aceite).


Parabéns pelo blog.

Força nisso.
Um abraço e "cool down".


DJ Deev
(DJ/Produtor do programa Zona 8, o mais velho programa da rádio europeia dedicado à música electrônica e lifestyle.
Domingo, 20h em 96 fm)

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ISTO CADA VEZ VAI MAIS LINDO, VAI !!!


O Independente desta sexta-feira tráz uma interessante peça, discretamente mencionada na capa, sobre as aventuras de um mestre de obras, de seu nome Luis Filipe Vieira. Está lá tudo, negócios obscuros, relações perigosas, empresas públicas, hiperbólicas decisões governamentais, autarquias, um partido e até sociedades de advogados. Só no casosito citado fala-se em verbas da ordem dos 500 milhões de €uros, a maior parte miraculosas mais valias. Num país normal António Mexia, essa virgem que agora aterrou na política, Carmona Rodrigues, Pedro Santana Lopes e, claro, Luis Filipe Vieira iam a correr prestar esclarecimentos à PGR... Mas como estamos em Portugal logo é apenas business as usual, ou ainda ia-mos ter uma cabala contra o presidente de 6 milhões de Portugueses, i.e. do Sport Lisboa e Benfica. Ao que vale, contra ventos e marés, a norte, o Apito ainda não ficou sem pilhas.
Manuel

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NÃO BASTAVA TUDO O QUE JÁ TINHA ACONTECIDO, AGORA MAIS ESTA!!!



«Até à passada quarta-feira, Pedro Santana Lopes era alvo, segundo o sistema informático do Ministério das Finanças, de um processo de execução fiscal. Em causa, estavam dívidas relativas ao IRS de 1999 e ao IVA que este tinha cobrado em 2003 mas que ainda não tinha entregue ao Estado. Contactado há dois dias, o gabinete do primeiro-ministro respondeu apresentando uma certidão pedida ontem na Direcção-Geral dos Impostos, que nega dívidas às finanças, mas não desmente que este tenha tido dívidas ao fisco recentemente.

Segundo os documentos consultados por A Capital, bem como diferentes fontes do Ministério das Finanças, até há dois dias atrás pendiam sobre Pedro Santana Lopes dois processos distintos de execução fiscal. O mais antigo referia-se a uma dívida relativa à falta de pagamento do IRS de 1999. Ao todo, 8 012,29 euros que, após um novo cálculo dos rendimentos do actual governante nesse ano feito pelas finanças, deveriam ter sido pagos até Agosto de 2003. Valor que, até à passada quarta-feira, ainda não tinha sido dado como liquidado no sistema informático das Finanças.

Especialistas na matéria explicam ainda que, face ao actual sistema informático do Ministério, é possível que esse pagamento já tivesse sido efectuado, mas não há mais do que um ou dois meses. Ou seja, mais de um ano depois do prazo estabelecido pelas Finanças, quando Santana Lopes já era primeiro-ministro.»

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BAGDAD: JARDINS SUSPENSOS



Se houver um milagre depois de amanhã, as eleições no Iraque decorrerão com um arremedo de normalidade e esforçada legitimidade democrática. Parte substancial da população e de cada uma das três principais facções civis participará, os resultados serão mais ou menos contados sem excessiva controvérsia e o número de mortos vítimas do terrorismo não excederá o normal em cada dia que passa. Horas depois, na tranquilidade do seu gabinete em Washington e com o optimismo simplista que é apanágio dos ignorantes, George Bush irá fazer uma declaração de satisfação pelo triunfo da "democracia" no Iraque. Mas, mesmo que tudo venha a correr razoavelmente bem - numas eleições em que só no próprio dia, e por razões de segurança, os eleitores saberão onde ficam as suas assembleias de voto e em que os candidatos não revelam a sua cara nos cartazes, por medo de serem assassinados no dia seguinte, e os jornalistas têm de cobrir as eleições a partir de hotéis fortificados -, vai ser ainda necessário que o milagre se prolongue nos dias, nas semanas e nos meses seguintes, para que o desfecho das urnas não venha a ser o tiro de largada de uma guerra civil geral entre iraquianos.
O cenário é de pré-catástrofe e a saída imprevisível e à mercê dos deuses e da fortuna. Os terroristas controlam o Iraque e ninguém sabe se conseguirão impedir as eleições e fazer despoletar a guerra civil. Eis o balanço de um dos principais objectivos invocados para a invasão do Iraque, precisamente o combate ao terrorismo. Agora, é a própria CIA a reconhecer que o Iraque é hoje o bastião do terrorismo, com a invasão anglo-americana a fornecer-lhe pretexto, recrutas, território fértil e uma "causa justa" por que lutar: a expulsão dos "infiéis".
O triunfo do terror no Iraque tornou igualmente, e por si só, numa miragem outra das promessas de Bush, feita directamente aos irquianos na noite em que começou a invasão: a de que ela iria levar a paz e o progresso ao Iraque. Hoje, biliões de dólares depois, gastos unicamente a manter o Exército de 170.000 soldados americanos no país, o que resta dessas promessas é só a própria presença militar: a ONU foi-se embora, as ONG foram-se embora, sem condições de segurança mínimas para actuarem, as empresas ocidentais que restam arriscam todos os dias a vida dos seus funcionários. Não há vida económica, nem sequer vida civil. Sunitas, xiitas e curdos, todos desesperam por uma coisa apenas: que os invasores ocidentais se vão embora e levem com eles os terroristas.
É certo que Saddam Hussein foi derrubado e preso e que isso representou um benefício para o Iraque e para a Humanidade. Mas os lucros políticos dessa libertação foram ensombrados pelo embuste do pretexto para a invasão - a busca das armas de destruição maciça -, que se revelou não apenas falso, mas também forjado; pela ignomínia dos abusos sobre prisioneiros em Abu Ghraib; pelo "desaparecimento" de 50.000 prisioneiros capturados pelo exército invasor e pela extensão ao Iraque da "doutrina de Guantánamo", segundo a qual um prisioneiro estrangeiro, capturado em território estrangeiro pelas forças americanas e sobre o qual se afirme ser suspeito de terrorismo, não dispõe de qualquer protecção jurídica, face à lei americana ou outra qualquer: é um "não-existente" juridicamente, tal como os "desaparecidos" da ditadura argentina.
Bush manteve ou promoveu, neste seu segundo governo, todos os principais responsáveis "pela mentira iraquiana: Rumsfeldt, Wolfovitz, Condolezza Rice e Alberto González, ligado ao escândalo de Abu Ghraib e feito, sintomaticamente, ministro da Justiça. As sondagens que explicam a vitória de Bush mostram, sem piedade, que os americanos não vão poder usar, mais tarde, a desculpa de que "não sabiam". Elas mostram que eles sabem que Bush e os seus lhes mentiram sobre as armas de destruição maciça; sabem que o terrorismo está a ganhar a guerra no Iraque e que já causou 1400 mortos apenas entre os soldados americanos, obrigados a manter uma guerra suja, diária e sem sentido à vista; sabem de Guantánamo e de Abu Ghraib; sabem da devastação, do sofrimento e da miséria que a aventura iraquiana trouxe às populações civis, para quem o discurso da "democracia" e da "amizade" de Bush deve soar como a mais hipócrita das promessas alguma vez feitas a um povo. Sabendo tudo isso, eles reconduziram Bush apenas porque continuam a vê-lo como o mais habilitado para conduzir a luta contra o terrorismo. Ou seja, apenas porque nenhum outro 11 de Setembro ou tragédia semelhante se repetiu - dentro das fronteiras americanas. Tal como o seu Presidente, a maioria dos americanos confia em que é possível vencer o terrorismo apenas pelo lado da segurança interna, sem o vencer politicamente.
Mas se a população americana tem a desculpa do trauma do 11 de Setembro, a Administração Bush não a tem. O Iraque demonstrou que os politólogos da Casa Branca se enganaram em tudo, que desprezaram ouvir as vozes dos que lhes aconselharam mais certezas e menos teorias - tantas vezes assentes em presunções ou simples mentiras, para tentar moldar a realidade às suas doutrinas e ao seu credo político. Como disse o senador democrata Mark Dayton a Condolezza Rice, "a Administração Bush mente com demasiada frequência e de forma flagrante e intencional. Mente ao Congresso, aos vários comités e ao povo americano. É errado, é imoral e, sobretudo, é muito, muito perigoso".
Perigoso, também, é quando se chega ao ponto em que uma opinião política, tolhida pelo medo e desnorteada pela desinformação dos seus líderes, prefere conviver com a mentira, perdoar-lhes a mentira, desde que eles lhes garantam, em contrapartida, ao menos uma aparência de segurança a curto prazo. Ao contrário do que ingenuamente proclamava o cartaz do Bloco de Esquerda ("Eles mentem, eles perdem"), nenhum deles perdeu pela mentira do Iraque: Bush foi reeleito e Blair está a caminho de o ser. Durão Barroso foi promovido a Bruxelas, apressando-se logo a dizer que agora era contra "o unilateralismo americano". E Aznar só perdeu porque foi o único cujo país foi vítima do terrorismo a seguir ao 11 de Setembro e porque não resistiu, na véspera das eleições, em mentir novamente, atribuindo à ETA o que era responsabilidade do terrorismo islâmico, que ele e os seguidores de Bush exponenciaram com a aventura iraquiana.
E assim se chegou à crucial data de 30 de Janeiro, fixada para as eleições iraquianas e que, há ano e meio atrás, parecia ainda suficientemente distante para garantir uma clara melhoria do ambiente civil e das condições de segurança no país. Infelizmente, o cenário é exactamente o oposto: nunca os terroristas ditaram tão livremente a sua lei como agora. Nunca, nem no tempo de Saddam, houve tantos mortos, tanta insegurança, tanta miséria, e ninguém consegue garantir se, até, tantos abusos sem controlo. Veja-se o exemplo dos nossos GNR no Iraque: qual é, de facto, a sua grande missão? Protegerem-se a si próprios. Evitar que o primeiro incidente sério ou o primeiro morto do contingente não venha despoletar, em Portugal, o debate adormecido de saber o que fazem lá eles, que não fingir que cumprem uma missão tornada utópica, salvar a face de quem para lá os mandou e manter a tradição da nossa política de vassalagem a Washington.
Mas Alá é grande e é essa a única, a verdadeira esperança que resta à coligação cristã-ocidental que teve a displicência de imaginar que a conquista do Iraque seria um passeio civilizacional.
Miguel Sousa Tavares

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

60 ANOS DA LIBERTAÇÃO DE AUSCHWITZ


Wolloch Haggadah em Memória do Holocausto *
Ilustrador: David Wander
Caligrafia e Micrografia: Yonah Weinrib
Haifa, Galeria de Arte Goldman, 1988



“Em cada geração temos a obrigação de considerar como se nós próprios, pessoalmente, tivéssemos saímos do Egipto.”


* A Haggadah é um livro litúrgico judaico que se lê em família durante o jantar ritual de Seder, da Páscoa, contendo o relato da libertação dos judeus, liderados por Moisés, da escravidão no Egipto.
Nuno Guerreiro

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Rui Pimentel / VISÃO

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PARA AQUELES CUJA A MEMÓRIA É CURTA

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HÁ PRATICAMENTE 100 ANOS


Há praticamente 100 anos, as causas defendiam-se com todo o empenho e vigor, enfrentando-se e afrontando-se adversários.
Os textos não eram subliminares, não tinham retorno possível, os bois eram chamados pelos nomes, eram bem escritos pelos (próprios) autores que eram processados e julgados a seguir, defendidos na barra pelos amigos e correligionários políticos, pagavam multas e não se retratavam ou justificavam.
Hoje, quase 100 anos depois, ainda são publicados, o que revela, para além do interesse histórico-político, valor e a qualidade literária. O artigo de que ora se fala, foi escrito por Guerra Junqueiro no jornal “A Voz Pública” em 2 de Dezembro de 1906, e está publicado pela Lello & Irmão – Editores na colectânea de escritos políticos do autor “Horas de Combate”.


2 de Dezembro de 1906

Todas as tiranias são ferocidades, e acusam portanto, na máscara do homem, a descendência do monstro.

Há tiranias dominadoras e fulgurantes, de olhos de águia, e tiranias lívidas, obliquas, de olhar de hiena. Ambas trágicas: um Bonapartre ou um Filipe II.

A tirania do Sr. D. Carlos procede das feras mais obesas: do porco.
Sim, nós somos escravos de um tirano de engorda e de vista baixa.

Que o porco esmague o lodo, é natural. O que é inaudito é que o ventre de um porco esmague uma nação, e dez arrobas de sebo achatem quatro milhões de almas!

Que ignomínia!

Basta. Viva a República, viva Portugal!


C.

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EM EXIBIÇÃO "NUMA TELEVISÃO PERTO DE SI"

Até amanhã, camaradas”


Com cenas filmadas em Portalegre, a série “Até amanhã, camaradas” começará a ser transmitida pela SIC na próxima sexta-feira, 28, segundo se encontra anunciado.
O director de Programação da SIC anunciou mesmo como “o grande acontecimento televisivo do ano” esta série em que Paulo Pires e Leonor Seixas são cabeças de cartaz de uma narrativa empolgante e que envolve as lutas operárias dos anos 40 do século XX e a actuação da máquina então clandestina do Partido Comunista.
Várias dessas cenas foram filmadas em Portalegre há meses atrás e será certamente interessante vermos, pela primeira vez (pelos menos assim o supomos), a nossa terra como cenário de parte de um filme. E, é claro, muitas caras conhecidas de Portalegre que participam como figurantes.“Até amanhã, camaradas”, do realizador Joaquim Leitão, faz a adaptação televisiva do romance homónimo do histórico dirigente comunista Álvaro Cunhal.
O custo desta série, cujos episódios têm a duração de 50 minutos cada, contou com um orçamento na ordem dos três milhões de euros, o que a torna em termos absolutos a mais cara produção televisiva de sempre em Portugal.

No elenco participam ainda, de entre outros, Marco de Almeida, Gonçalo Waddington, Sara Graça e Alexandre Leite.
A reter que o “cérebro” de toda a operação em Portalegre está instalado no Alentejano, sendo que o mais emblemático café de Portalegre deverá também surgir em grande destaque na série.
Sexta e sábado
Até amanhã, camaradas


Sexta e sábado vai ser transmitido em compacto na SIC o filme de Joaquim Leitão “Até amanhã. Camaradas”, baseado na obra homónima de Manuel Tiago (Álvaro Cunhal) e que retrata as lutas operárias e o trabalho do aparelho do Partido Comunistas na década de 40 do século 20.
Parte do cenário são ruas de Portalegre, o que adiciona interesse para nós, portalegrenses e norte-alentejanos, a esta obra seguramente notável.
Pode adiantar-se que esta foi a filmagem mais cara para televisão feita até hoje em Portugal, com um orçamento a ultrapassar os 600 mil contos, o que dá mais de 100 mil contos por cada episódio.
Ora como vamos ter a sorte de ver esta produção em compacto sexta e sábado, são mais de 300 mil contos investidos pela SIC em cada uma das noites.
In: Jornal Fonte Nova

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ELÉCTRICO COM NOVO TREINADOR

Vítor Nozes
Novo treinador do Eléctrico


Vítor Nozes é o novo técnico do Eléctrico de Ponte de Sor, com tarefa complicada na 3ª Divisão Nacional, ocupando um lugar 15º de risco na tabela classificativa.Para Vítor Nozes este é mais um desafio na sua carreira de treinador e como é seu hábito vai procurar desenvolver um trabalho válido para que o Eléctrico saia da zona de descida de divisão.Na última jornada o Eléctrico foi empatar 2-2 ao estádio do Nazarenos.
In: Jornal Fonte Nova

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EM AVIS

Escola e Bombeiros de Avis desenvolvem programa único no País


A Escola Básica 2,3 Mestre de Avis e os Bombeiros Voluntários Avisenses, criaram um programa designado “Jovens Seguros”, projecto este, único no país.
O projecto “Jovens Seguros”, consiste na abertura da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, a um conjunto de medidas de auto-protecção, relativas à segurança em múltiplas vertentes, tais como comportamentos em situações de catástrofe, na escola, em casa, na via pública, nas brincadeiras, na protecção florestal, entre outras.
Estas sessões serão ministradas por elementos dos Bombeiros Voluntários Avisenses, com o objectivo de minimizar os comportamentos de risco por parte dos jovens e inseri-los num contexto de prevenção e de intervenção em situações de perigo.
Este programa divide-se em dois planos de conteúdos: um vocacionado para os alunos do 5º ao 8º ano e um, especialmente, dedicado ao estudantes do 9º ano, que difere do primeiro, por incluir noções de socorro, bem como uma vertente prática que procura habilitar os jovens a prestar primeiros-socorros em caso de necessidade.
No âmbito deste programa, realiza-se no próximo dia 3 de Fevereiro, a partir das 14 horas, no Auditório Municipal José Carlos Ary dos Santos, em Avis, um colóquio destinado ao pessoal docente de todo o Concelho.
Os oradores deste colóquio serão: o Presidente da Câmara Municipal de Avis, o Coordenador Distrital de Bombeiros e Protecção Civil, o Comandante do Destacamento da GNR, o Responsável pela Saúde Escolar no Centro de Saúde de Avis e a Psicóloga da Câmara Municipal de Avis, que também presta apoio à Escola.
No dia 9 de Fevereiro realiza-se, ainda, um colóquio destinado ao pessoal não docente dos estabelecimentos de ensino de todo o Concelho.
Pretende-se com estes colóquios transmitir aos professores e auxiliares, algumas noções básicas de segurança, bem como salientar o importante papel preventivo e activo que desempenham junto dos jovens.
In: Jornal Fonte Nova

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CRISE DE REPRESENTAÇÃO


Os primeiros produtos mediáticos de uma nova geração política estão no poder dos dois partidos mais importantes. Hipervalorizando as emoções, a televisão deu-nos Santana Lopes, entre o comentário do futebol e o mundo das "caras". Hipervalorizando a imagem, a televisão fez de Sócrates o seu par, ou seja, seu igual. É verdade que ambos já existiam antes de serem "feitos" pelos "media", Lopes em particular. Mas o par, a junção que marcou o destino de ambos, foi feita na televisão, assim como a promoção que os lançou para os cargos cimeiros da governação.

Mas o que também está a emergir é um desfasamento entre a produção mediática destas figuras-imagens e as exigências políticas e sociais presentes no mercado eleitoral que elas deixam insatisfeitas.
O mecanismo do "sabonete-Presidente", atribuído erradamente a Rangel, parece ainda ser imperfeito, o que é sinal de que, ou a mediatização da sociedade é menor do que se imagina, ou então que em momentos de crise - e os portugueses encontram-se numa fase depressiva do seu ciclo euforia-depressão - não é inteiramente eficaz.
O sinal dessa insatisfação entre o produto oferecido e a procura eleitoral é que, para muitos portugueses que votam habitualmente e com um mínimo de interesse e participação cívica, a panóplia de escolhas do dia 20 de Fevereiro é insatisfatória.
Não sei, e só se saberá na análise dos resultados do voto, se esta crise é estrutural ou conjuntural, mas os sinais de uma crise de representatividade estão à vista de todos, numa campanha sem emotividade, sem esperança, em que a abominação do presente se faz sem verdadeira motivação para a mudança.

O epicentro dessa crise de representação está no PSD de Santana Lopes.
Não só muitos eleitores tradicionais do partido parecem relutantes em votar Lopes, como tudo indica que os eleitores centristas que oscilam entre PSD e PS, que deram maiorias ao PSD, de há muito fugiram sem entusiasmo para o PS, ou para um espaço de perplexidade que nenhum partido ocupa.
Já chamei a atenção para que o aparecimento de um partido social-democrata moderado, entre o centro e o centro-esquerda, tinha possibilidades fugazes, mas reais, de aparecer para agregar eleitores que se sentem nestas eleições afastados por Lopes e não atraídos por Sócrates.
A falta de fluidez do nosso sistema político e a rigidez do sistema eleitoral tornaria suicidária a prazo essa pretensão e por isso as forças moderadas e reformistas favorecem a acção no interior dos partidos existentes.

O facto de no PSD se tornar cada vez mais evidente que a liderança de Santana Lopes é (foi) um epifenómeno de trágicas consequências para a credibilidade do partido manifesta-se numa campanha em que mesmo os candidatos distritais evitam a todo o custo serem associados à liderança e discutem publicamente a sucessão dentro do partido.
A liderança de Santana Lopes, que sempre apostou no culto de personalidade e na capacidade mágica e solitária de este ganhar todas as eleições, assume também a responsabilidade, se houver uma derrota - e uma derrota do PSD é perder as eleições, não é impedir que o PS tenha maioria absoluta.
Neste contexto, o PSD de Santana Lopes tem dificuldade em polarizar os votos na sua área política, disparando em todos os sentidos, contra o Presidente da República, contra o Bloco de Esquerda (gastando um cartaz para o fazer), contra as empresas de sondagens (gastando outro cartaz), sem direcção estratégica ou alvo principal.
Esta confusão permitiu ao PP uma campanha agressiva que é toda pensada para ocupar o espaço do PSD.
É cedo para se saber se esta campanha resultará, mas pelos seus temas e palavras de ordem, a começar pela de "voto útil", o adversário do PP não é outro senão o PSD. O amolecimento do eleitorado do PSD, volatilizado no centro-esquerda, pode também sofrer no centro-direita pela competição com o PP.

O que o PSD afasta o PS não atrai.
O PS está numa posição privilegiada de ser o partido que todos se convenceram que vai ganhar as eleições.
Beneficiando da tendência para as eleições serem um plebiscito sobre o primeiro-ministro, o líder do PS é naturalmente promovido, mesmo sem dar provas da sua capacidade para o exercício do cargo, ou tendo que suportar um escrutínio severo das propostas do PS.
Mas, se o caminho do PS parece apontar para uma vitória, o objectivo de uma maioria absoluta está longe de ser adquirido.
A memória do guterrismo é ainda viva e a vacuidade da acção política de Sócrates não mobiliza fora do aparelho e do eleitorado mais seguro do PS. No entanto, as pressões para um voto útil à esquerda no PS são mais intensas do que na direita no PSD.
A minicrise na área de influência do BE, à volta das declarações reaccionárias de Louça no debate com Portas, é também um exemplo de como o actual leque de opções políticas está sobre tensão mesmo nos seus extremos.

Neste segundo balanço da campanha eleitoral não parecem alterados os pressupostos do primeiro que publiquei no PÚBLICO há cerca de três semanas. Continua a verificar-se a inexistência de uma forte bipolarização, acentua-se a previsível conflituosidade entre o PSD e o PP e, se há algo de novo, é a constatação de que a entrada de Santana Lopes na campanha não parece ter mudado a situação. A menos de um mês das eleições os dados parecem estar lançados.
José Pacheco Pereira

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

ESTUDO SOBRE O PODER DE COMPRA CONCELHIO


CONCELHO DE PONTE DE SOR

Ipc - Indicador per Capita = 68,12

PPC - Percentagem de Poder de Compra = 0,1161

FDR - Factor de Dinamismo Relativo = - 0,0808


DISTRITO DE PORTALEGRE

Ipc - Indicador per Capita

Concelho de Portalegre = 98,87

Concelho de Elvas = 80,30

Concelho de Castelo de Vide = 79,69

Concelho de Campo Maior = 74,15

Concelho de Fronteira = 69,70

PPC - Percentagem de Poder de Compra

Concelho de Portalegre = 0,2390

Concelho de Elvas = 0,1760

FDR - Factor de Dinamismo Relativo

Concelho de Castelo de Vide = 1,0574

Concelho de Marvão = 0,6257

Concelho de Elvas = 0,2956

Concelho de Alter do Chão = 0,1337

Concelho de Campo Maior = 0,0891

Concelho de Sousel = 0,0689

Concelho do Crato = 0,0460


E assim vai o concelho de Ponte de Sor...


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DO CORREIO... Do Correio...

MAU AMBIENTE EM MONTARGIL


Caros Senhores se não sabem o que fazer com o mau ambiente, perguntem ao Sr Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim ,que apesar de ter a câmara mais pobre do pais tem feito um trabalho exemplar, tendo recebido com todas as honras "Galardão das Cidades mais Limpas".
Estão de parabéns ele e todos os seus colaboradores.
Nós aqui nesta terra desgraçada de Montargil só nos resta chafurdar na merda do lixo é odioso é deprimente!
Carlos

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JERÓNIMO DE SOUSA JANTA COM APIOANTES DA CDU EM PONTE DE SOR


O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, vai estar presente num jantar de apoio à candidatura da CDU pelo Círculo Eleitoral de Portalegre, encabeçada por Fernando Carmosino, e que se realiza na cidade de Ponte de Sor, hoje dia 26 de Janeiro (quarta-feira), às 20 horas, no restaurante “Mestre Jaime.

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CANDIDATOS DO PPD/PSD EM VISITA A PONTE DE SOR


PSD acredita na vitória no Norte Alentejano

O Partido Social Democrata de Portalegre apresentou ontem os candidatos do partido às legislativas de 20 de Fevereiro, tendo lançado algumas críticas ao candidato socialista, Miranda Calha.
A lista dos sociais-democratas é encabeçada pelo ministro da Agricultura , Carlos Costa Neves, e fica completa com Domingos Bento, Ana Mafalda Sadio e José Júlio Cabaceira, que marcaram presença neste encontro que decorreu numa unidade hoteleira de Elvas.

O mandatário distrital, Hemetério Cruz, começou por referir que a naturalidade do cabeça de lista, não é nenhum “handicap”, tendo ainda acrescentado, que é a primeira vez que o PSD de Portalegre tem “um candidato que fosse potencialmente ministro”.
Para além disso, este deixou algumas críticas ao PS no sentido em que falam de renovação, mas em termos do distrito, apresentam há 30 anos o mesmo candidato, Miranda Calha, tendo-se questionado sobre “se o PS não acredita nas gerações mais novas”.
José Júlio Cabaceira, foi um dos candidatos que tomou da palavra, tendo-se referido a Carlos Costa Neves, como uma pessoa com “um curriculum invejável”. Além disso, e tendo
Candidatos apostam na vitóriaem conta que este não é de Portalegre, este social-democrata destacou que o papel dos deputados é o de “serem mensageiros do distrito de Portalegre”.
Este candidato mostrou-se ainda convicto que o partido no distrito “vai vencer”, e aposta claramente na obtenção dos dois mandatos que aquele círculo eleitoral elege.
O cabeça de lista do PSD por Portalegre, Carlos Costa Neves, sublinhou as potencialidades do distrito, tendo salientado que o que falta “é sermos capazes de dar as mãos”, referindo-se a uma cooperação entre as diversas entidades, públicas e privadas, locais, regionais e nacionais.
Em termos de propostas para o distrito este salientou que é necessário “completar algumas estruturas e de aproveitar bem as que já existem, garantir a energia em condições fiáveis, apostar nas novas tecnologias e desenvolver os sectores da agricultura, da agro-indústria, da floresta, da indústria e dos turismos”, tendo ainda frisado que não se pode também esquecer “as necessidades especiais de apoio social”, uma vez que a população encontra-se envelhecida.
Este em termos de infra-estruturas destacou o IC 13, a Barragem Crato/Pisão e ainda o comboio de alta velocidade (TGV), como projectos a desenvolver.
Para levar à fixação de pessoas o ministro da Agricultura sublinhou que tem de haver uma aposta no triângulo “Estruturas / Actividades Económicas e Apoio Social”.
Quanto ao resultado das eleições Carlos Costa Neves afirmou que uma vitória do Partido Socialista seria “um resultado desastroso para o país”. Tendo-se mostrado convicto de que em Portalegre deverá ser eleito um deputado para cada lado (PSD e PS).
Como estava em Elvas o cabeça de lista falou da importância da cidade, considerando que esta “tem que ser entreposto muito importante”, na relação com o país vizinho. Em termos de infra-estruturas este salientou a importância que tem para a cidade “o Hospital e a Maternidade”, assim como “a tradição histórica ligada às Forças Armadas”.


Hoje o Partido Social Democrata apresentou os seus candidatos na cidade de Ponte de Sor e amanhã é a vez de Portalegre acolher a sessão de apresentação da lista social-democrata.Para além disso, estes vão realizar durante as próximas semanas visitas a todas as freguesias do distrito, ouvindo entidades, colectividades e cidadãos, no âmbito da pré-campanha eleitoral.

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ELEIÇÕES NO IRAQUE

É um tanto forçado considerar democráticas as eleições iraquianas de 30 deste mês, tendo em conta os exemplos das democracias conhecidas. Com os candidatos e os locais das mesas de voto só conhecidos publicamente nas vésperas do escrutínio, e sem campanha eleitoral no terreno (apenas são visíveis os programas difundidos pelos média), a insegurança bloqueou a prática das liberdades. Na área sunita, torna-se praticamente impossível votar, e em numerosas regiões xiitas existem perigos redobrados de se verificarem atentados terroristas, que, aliás, se intensificaram nos últimos dias.
Embora com um ambicioso plano de segurança anunciado pelo governo, apoiado pelos norte-americanos com forças móveis de intervenção com elevado grau de prontidão, as previsões não garantem muito sossego. Nenhum observador internacional credível arriscou actuar neste ambiente, para certificar as eleições, ao contrário do que se observou no Afeganistão e na Palestina. Nem a ONU, que se comprometeu a organizá-las (e as organizou logisticamente), nem a UE estão no terreno. Consideram a situação de insegurança incompatível com um sufrágio democrático normal.
Os sunitas, que apelaram ao boicote do acto e se preparam para o declarar ilegítimo, não terão representantes na assembleia eleita, que redigirá uma constituição e donde dimanará um governo. Tudo indica que baasistas e jihadistas, separada ou coordenadamente, continuarão a efectuar poderosos ataques, tentando colocar em causa a liderança xiita, numa raivosa guerra civil. É elucidativo o recente manifesto de Zarqawi, declarando guerra às eleições e aos "cães" xiitas.
O novo poder político precisará do apoio americano. Mas há quem admita que as milícias dos diferentes partidos xiitas, coligados na liderança, podem ter maior capacidade de enfrentar a resistência, do que as actuais forças iraquianas que os EUA tentam desesperadamente constituir, cuja reacção mais comum perante os ataques inimigos continua a ser, pura e simplesmente, a fuga. A verificar-se, esta capacidade estará estreitamente relacionada com o ódio religioso que separa as duas correntes islâmicas e o facto dos xiitas não desejarem perder a oportunidade de dominar o Iraque, acabando com a sua sujeição à minoria sunita, com tudo o que isso implicou de humilhação e recalcamentos acumulados.
Na área curda, a situação é mais segura. Os peshmerga, que já provaram a sua eficiência em combate, manterão em segurança o seu "Estado" quase independente. A posse de Kirkuk pelos curdos, cuja riqueza em petróleo torna apetecível, é o problema. Os sunitas, na resistência, os xiitas, no poder, e os turcos, receosos de que uma independência curda propiciada pelos rendimentos do crude acicate as tendências separatistas no seu Curdistão, tudo farão para o impedir.
A consequência mais importante de um hipotético equilíbrio, mesmo que precário, entre as forças governamentais e a resistência, traduzir-se-á na possibilidade de os Estados Unidos começarem a retirar algumas das suas unidades (preventivamente, os planos militares e financeiros manterão o nível de efectivos em 120.000, por dois anos), aliviando assim a pressão material e psicológica que um ritmo continuado e intenso de comissões em combate nelas provoca. O que se repercutirá muito favoravelmente na posição da população norte-americana perante a guerra. Não é provável que os xiitas tenham possibilidade, desde já, de dispensar apoio americano. Assim, pelo menos a curto prazo, os EUA continuariam com forças no Iraque, com a finalidade de intimidar os governos dos países vizinhos, e em condições de socorrer as forças governamentais, se necessário.
Este futuro, que alguns analistas favoráveis à Administração, mais do que prevêem, desejam, apresenta três obstáculos, que poderão, mais cedo ou mais tarde, alterar profundamente os dados em presença: 1) o desejo, repetidas vezes afirmado pelos líderes xiitas, de pôr fim à ocupação por forças estrangeiras; 2) a atitude do Irão relativamente ao Iraque, resultante, não só do que pretende para este país nos seus planos geopolíticos regionais, mas também da forma como quer (e pode) jogar estrategicamente com a única superpotência global; 3) a evolução do debate político interno nos EUA, em função das percepções dos americanos quanto ao Iraque.
Os principais serviços de informações norte-americanos dão como muito provável que o futuro governo iraquiano exija da América a marcação de um calendário para a retirada das forças, satisfazendo assim a vontade generalizada da população do país. Veremos o que pesará mais: a necessidade de satisfazer a vontade dos xiitas, dos quais se destaca Moqtada al-Sadr (já a demarcar-se de Sistani), ou o perigo dos ataques da resistência baasista e jihadista, cujo grau de intensidade poderá tornar as forças americanas indispensáveis. Na dúvida, depois das eleições acentuar-se-á a "iraquização" da guerra, e já circulam memorandos reservados, nos gabinetes governamentais de Washington, Londres e Bagdad, em que se planeia uma saída rápida das forças do Iraque.
Em relação ao comportamento do Irão, podemos alinhar três factores: comportamento dos EUA e de Israel; capacidade da Europa influenciar o aliado americano; e objectivos estratégicos centrais do Irão na área do Golfo, enquadrados nos seus desígnios nacionais.
Parece incontroverso que o Irão deseja reservar a capacidade de produzir combustível para armas nucleares, dependendo o momento da sua concretização das pressões a que for submetido, das contrapartidas que obtiver, e, especialmente, da vontade de o fazer. Isto constitui um perigo sério para toda a região, acima de tudo para Israel, e pode ter consequências extremamente negativas para o mundo desenvolvido, dada a concentração de reservas de combustíveis fósseis na área.
Os EUA exigem a destruição da capacidade nuclear. Os mais importantes países europeus têm conseguido, diplomaticamente, parar a produção de urânio enriquecido. Para já, a superpotência contentar-se-á com esta meia solução, uma vez que os seus recursos militares estão empenhados no Iraque. Não é certo que esta seja a posição de Israel, que sente a sua própria existência em perigo. Até que ponto os americanos querem ou podem controlar os israelitas, depende do resultado das fortes pressões de alguns neoconservadores, ainda influentes na Administração, ou da avaliação que esta efectuar sobre as vantagens e inconvenientes de uma solução combinada, em que operações cobertas americanas se articulem com ataques visíveis de Israel. Esta questão revela ainda o interesse do Irão em controlar o futuro Iraque: constituindo um poderoso bloco xiita no Golfo capaz de se afirmar perante os países sunitas da região; conseguindo melhores condições para se opor aos objectivos da superpotência; mas não descartando a hipótese de forças americanas ficarem no Iraque, suficientemente "ocupadas" para reduzir as possibilidades dos EUA intervirem militarmente no Irão. Até porque, paradoxalmente, esta presença, se é ameaça para o Irão, também o é para os países sunitas, pelo que um adequado jogo de cintura pode favorecer o bloco xiita.
A atitude americana relativamente ao Iraque decorre dos diversos factores enumerados, e não ignora os custos económicos, humanos e psicológicos da operação. O intenso e alargado debate em curso, na imprensa (generalista e da especialidade), nos diversos "think-thanks", no Congresso, no Departamento de Estado, e até no Pentágono e na Casa Branca, sobre a necessidade de sair rapidamente do Iraque, demonstra bem como esta realidade já é bem viva na sociedade americana.
Em conclusão. A manutenção da data das eleições foi a melhor opção. Independentemente das suas consequências negativas, que podem ser muitas e graves, o seu adiamento seria uma vitória da resistência, que surgiria como se o tivesse "forçado", abre janelas de oportunidade vantajosas para os EUA quanto à permanência de algumas forças no Iraque, e, principalmente, permite-lhes uma porta de saída, pois poderá argumentar que entrega o poder a um governo "democraticamente" eleito, tal como prometera, se isto se impuser.
J.L.S.

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PPD/PSD APRESENTOU LISTA EM ELVAS


O PSD apresentou a lista de candidatura pelo círculo eleitoral de Portalegre em Elvas, com críticas ao PS.
O cabeça de lista social-democrata, Costa Neves, lembrou o distrito perdeu um deputado, que passou para o círculo da Madeira.
Citado pela Rádio Portalegre, Costa Neves relacionou o facto de Portalegre eleger, a partir de 2005, apenas dois lugares no Parlamento com a predominância do PS e do seu cabeça de lista, Miranda Calha, nos últimos 30 anos.
Costa Neves mantém-se durante o dia de hoje e amanhã pelo distrito de Portalegre, mas na qualidade de ministro da Agricultura, em Alter do Chão e Monforte.
A presença do ministro para uma série de visitas (incluindo bombeiros e empresas ligadas à agricultura e ao ambiente) tem merecido críticas por parte do PS.
De acordo com o jornal A Capital, o Governo de Santana Lopes fez 63 inaugurações desde que Jorge Sampaio comunicou a decisão de dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.
Ainda segundo o jornal, Fernando Negrão, ministro da Segurança Social, da Família e da Criança, é o «campeão» das inaugurações, marcando presença em 16 actos solenes, seguida de perto pelo primeiro-ministro com 15.
No caso de Portalegre, o número dois da lista socialista, Ceia da Silva, tem criticado o comportamento de Costa Neves: «o ministro da Agricultura até assinou contratos sobre matérias que dizem respeito ao Ministério das Cidades».
De resto, o discurso de Ceia da Silva tem passado por acentuar que, ao contrário do que acontece no PSD, a lista do PS «não é constituída por pessoas que estão de passagem pelo distrito». «Portalegre perdeu um deputado, por isso temos de ter pessoas do Norte Alentejano nas listas.
Foi a falta de confiança na economia que levou à depressão.
Com outro governo, Portalegre teria hoje mais emprego e mais habitantes», disse Ceia da Silva logo nos primeiros dias da pré-campanha.

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terça-feira, 25 de janeiro de 2005

DO CORREIO...


Caros Senhores, que têm o bom senso de pôr a nu as tristes realidades desta vossa terra,eu vos saúdo e felicito a vossa coragem.
também eu aqui gostaria de dizer algumas realidades que me entristecem,das quais passo a citar.

Sou um morador de fins de semana da maravilhosa terra de Montargil á vinte anos,e o que me entristece é saber que existe um dito plano de ordenamento local que era de suposto cuidar e preservar o ambiente, mas na realidade é que as margens da sua barragem continuam carregadas dos mais variados tipos de lixo,como por exemplo garrafas de vidro partidas ,sacos de lixo os imponentes electrodomésticos de sucata ,que gente sem educação deixa lá ficar.


Outra coisa ,como é que podem dar autorização á realização de RAVE PARTIES nas suas margens ,que podem durar dias ,sendo muito dificil dormir num raio de 6Km,além disso essas festas não são propriamente frequentadas por meninos de sacristia,são antros de gente que consome drogas pesadas,e tudo o mais que não se sabe.
Por isso eu me interrogo da competencia das autoridades locais,ao permitirem tamanho vandalismo,preocupando-se únicamente em fiscalizar ,massacrar e atormentar,as poucas embarcações que circulam de verão nas aguas da barragem ,aí sim é que está a única preocupação dos mesquinhos autarcas de Ponte de Sor
Agradeço esta oportunidade e até á próxima
Carlos

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PARA NUNCA ESQUECER







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"O QUE FAZ FALTA É ANIMAR A MALTA..."

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MUITAS IDEIAS, POUCA CLAREZA


1. O Partido Socialista tem insistido, e bem, na questão da confiança como uma componente fundamental para vencer a crise que o país atravessa. A restauração da confiança dos cidadãos no Estado e nos agentes políticos é, porventura, o aspecto mais relevante desta questão, mesmo que não seja o único. O critério da confiança é, pois, um bom ponto de partida para avaliar o programa, longo de 162 páginas, que o PS divulgou no sábado passado.
Para quem acompanhou os debates organizados no âmbito do Fórum Novas Fronteiras - sobretudo os que decorreram em torno da nova estratégia de desenvolvimento -, a primeira observação a fazer é que o programa está longe de reflectir a sua riqueza.
Há duas justificações possíveis. A necessidade de sintetizar levou a que se perdessem pelo caminho muitas das propostas concretas que podiam "iluminar" o sentido das opções socialistas, acabando por diluir algumas rupturas necessárias para resolver os principais bloqueios ao desenvolvimento do país. A outra, menos lisonjeira, pode significar apenas que a direcção socialista resolveu generalizar o suficiente para não ter de confrontar sectores importantes do eleitorado com opções que põem os seus interesses em causa.

2. Diz o programa na sua introdução: "É preciso dizer a verdade aos portugueses". Um bom ponto de partida que esbarra imediatamente com um problema. Essa verdade - traduzida, aliás, nalguns quadros comparativos que vão pontuando o programa, bastante eloquentes e deprimentes - acaba por resumir-se à crítica à governação do país desde 2002. É sabido que muitos dos problemas vêm de trás, que muitos dos bloqueios, normalmente devidos à força dos interesses instalados, se têm cristalizado ao longo de várias legislaturas, seja o PS ou o PSD a governar, que muitos dos problemas são mais profundos do que os desvarios de Santana ou eventuais opções erradas de Barroso.
Quando as Novas Fronteiras resolveram introduzir nos seus debates a análise do "milagre irlandês", demonstrando que ele resultou de opções difíceis, muitas delas feitas nos anos 80 e 90, que Portugal sistematicamente adiou, não vale a pena depois insistir muito na culpa do último Governo.
Dir-se-á que são constrangimentos eleitorais. Mas a questão da confiança passa exactamente por aí. Por avaliar se é ou não possível uma atitude diferente dos responsáveis políticos, sobretudo daqueles que vão com toda a probabilidade governar o país nos próximos quatro anos. E passa também pela credibilidade das propostas. E estas passam, não apenas pela definição de objectivos, mesmo que devidamente quantificados (como faz o programa socialista), mas pela forma prática de os alcançar.
Algumas ideias concretas sobre o "modus faciendi" ajudariam bastante. Mas aí o programa é vago.

3. O espírito que transparece da sua leitura não é o de que vamos ter de enfrentar uma situação muito difícil - não apenas ou particularmente no curto prazo, mas sobretudo no longo prazo -, que exigiria algumas rupturas dolorosas. Pelo contrário, tudo parece ao alcance da mão.
As grandes orientações para o desenvolvimento estão lá. É preciso canalizar recursos para o desenvolvimento científico e tecnológico de forma a duplicar em quatro anos a percentagem do PIB investida pelo Estado (0,55 para 1%) e triplicar a das empresas (0,26% actualmente); é preciso agir sobre o tecido empresarial apoiando e incentivando a inovação; é preciso agir sobre a administração pública de forma a facilitar a vida dos cidadãos e das empresas (o cartão único, o balcão único ou a redução do processo de criação de empresas para um dia), etc., etc..
Há também algumas mudanças de orientação estratégica importantes, mesmo em relação aos anteriores governos de Guterres. Apenas dois exemplos. Dar prioridade à captação de investimento estrangeiro de empresas que não estejam ainda no mercado europeu, seguindo, de resto, o exemplo irlandês (em relação aos EUA), para que país possa ser uma plataforma de penetração competitiva. Ou intervir no tecido económico através de normas que criam novos mercados, em vez de despejar subsídios sobre os problemas.
Esta última mudança de estratégia, central para alterar o modelo de desenvolvimento do país, acaba por não ressaltar do programa com a mesma clareza que marcou os debates das Novas Fronteiras.
Apenas um exemplos entre muitos, retirado desses debates. Com uma simples lei, o Governo pode tornar obrigatórias infra-estruturas para a utilização de energia solar (de que o país dispõe em abundância gratuitamente) em todas as novas construções, criando assim um novo mercado para uma tecnologia inovadora que o país já possui. Em suma, novos mercados, novas indústrias (de maior valor acrescentado), novos empregos, novas vantagens para os consumidores sem gastar um tostão ao Estado.
A obrigatoriedade de construção anti-sísmica nas casas novas ou em reabilitação, de acordo com tecnologia que o país também já desenvolveu, a "penalização fiscal e administrativa" dos proprietários de imóveis ou fracções devolutos (podia fazer-se muito simplesmente o que já se fez noutros países europeus, que é confiscar as casas devolutas) são outras tantas medidas de natureza emblemática (a primeira não está no programa, mas foi referida nos debates, a segunda está, ainda que um tanto a medo) que ajudam mais a sinalizar uma mudança radical de políticas do que muitas páginas de texto. Talvez dissessem mais aos portugueses sobre o que é preciso fazer do que o anúncio de um "plano tecnológico" que, até agora, a opinião pública ainda não conseguiu entender cabalmente o que significa.

4. Noutra reforma essencial, da Função Pública, fala-se em premiar o mérito, nunca se fala em penalizar o demérito. É possível conter a despesa com pessoal (que é hoje a mais elevada da Europa em termos de percentagem do PIB) sem eliminar a garantia de progressão automática na carreira? Várias vozes autorizadas (lembro-me da de Silva Lopes) já disseram que não. Seria, porventura uma medida mais eficaz e mais justa do que o congelamento puro e simples dos salários.
No ensino, o PS elege o combate ao insucesso escolar como a sua primeira prioridade. Basta olhar para as estatísticas comparadas da UE para ver que é esse, indiscutivelmente, o nosso principal bloqueio no caminho de uma qualificação dos portugueses que se vá aproximando dos níveis europeus. O programa fixa objectivos ambiciosos, quantitativos e qualitativos. Não diz como os vai conseguir nem como vai alterar um estado de coisas que se resume assim: Portugal gasta em educação valores relativos que estão acima da média europeia; paga aos seus professores salários que estão acima da média europeia; tem um número de alunos por classe inferior à média europeia; os resultados que obtém deixam-no sistemática e permanentemente abaixo da média europeia.
Marçal Grilo disse em meia dúzia de palavras o que seria preciso fazer e que é, afinal, o que a maioria dos nossos parceiros europeus fazem (ver entrevista ao PÚBLICO e à Rádio Renascença publicada ontem). Mas sobre isto nem uma palavra no programa do PS.

5. Dito de outro modo, o programa socialista tem o mérito da definição de objectivos precisos, quantificados e calendarizados (em vivo contraste, aliás, com o método seguido para a elaboração do programa do PSD, mais género texto corrido). Diz pouco sobre as exigências da sua realização, ou seja, evita confrontar interesses instalados e dizer onde será inevitável fazer rupturas que afectarão inexoravelmente esses interesses.

Vai ser preciso muito mais para convencer os portugueses. Se José Sócrates continuar a dizer algumas banalidades simpáticas (como fez domingo passado no Jornal da Noite da SIC) ou a "gerir o silêncio", contando com a ausência de alternativas, o mais provável é que a abstenção acabe por ser a grande vitoriosa. Basta olhar à volta para perceber que é assim. Seria uma desgraça, ainda por cima evitável. Bastava alguma coragem.
Teresa de Sousa

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

EIS UMA HISTÓRIA DE PASMAR... [parte VIII]


Era uma vez uma ponte que dava o nome à cidade e ao concelho.
Em nome do progresso da "treta", autoriza-se a destruição da ponte...
O resto é uma "história de pasmar":

Lá vem a Nau Catrineta
que tem muito que contar...
conta os dias a aumpulheta
para que possa zarpar
Dizem que em fins de Outubro
se fará de novo ao mar

Ouvi agora senhores
uma história de pasmar...
Primeiro foi D. Bugalheira
depois foi D. Carita
a este par lastimoso
se deve o estado em que estás
Já mandaram vir ferreiros
calafates e pintores
entalhadores, tanoeiros
e outros reparadores

E também chegados são
mestres de obra com cartel
que afirmam com convicção
e sapiência a granel
Pôr-te de novo no mar
sem sinal de quebradura
prontinha a recomeçar
a tua nova aventura

Já toda a gente aclama
o capitão que será
D. José, assim se chama
o que te comandará
Que promete dia a dia
a quem o quiser escutar
sem medo nem cobardia
outro Bojador dobrar

E outras Índias descobrir
de pimentas e canelas
de novos rumos abrir
com a cruz de Cristo nas velas
Se for Capitão-Real
porá fim às tuas mágoas
qual nau de Gama ou Cabral
hás-de voar sobre as águas

Alegra-te ó Catrineta
Ó nau de El-Rei D. Povo
que hás-de ficar repleta
de oiro, barca de um raio
Só de pedras preciosas
encherás o teu porão
e a perfume de cravos
cheirarás até mais não

E virá o Cardeal
com ladaínha e incensos
e as damas de Portugal
a acenar com seus lenços
Pois nem El-Rei faltará
ao glorioso zarpar
e a lágrima lá estará
marota pronta a saltar

Olha os velhos do Restelo
que ousam interrogar
cobardes, há que dizê-lo
não são dignos de embarcar
Na demanda gloriosa
que não tarda a começar
a da irmandade do cravo
com D. José a mandar

Ficarão sós a olhar
a ver a barca partir
com os marujos a cantar
e a plebe a aplaudir
exorcisando o agoiro
contra ventos e marés
para que a prata e o oiro
caiam do céu a seus pés

Já poetas se adiantam
a escrever novas glórias
com aqueles versos que cantam
as indómitas vitórias
nas demandas da mourama
nos mares do Adamastor
que nos trouxeram a fama
de ser povo sem temor

Mas ó poetas, cautela
terá sempre o mesmo fim
p'ra não perder a chancela
só pode acabar assim:
"...Lá vem a Nau Catrineta
que tem muito que contar
ouvi agora senhores
uma história de pasmar..."

Maria da Fonte da Vila

PS: Qualquer semelhança com a realidade é pura imaginação do leitor

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NOMEAÇÃO DO GOVERNO DE GESTÃO



Resolução n.º 1/2005(2.ª série)

Nomeia um simpático alentejano Joaquim Francisco da Silva Barbas, com Curso complementar dos liceus; Curso de contabilidade geral e analítica; Curso de liderança e gestão de equipas, será licenciado? para coordenador da Acção Integrada de Base Territorial Acção de Valorização do Norte Alentejo, do Programa Operacional Regional do Alentejo.




E já agora, produz efeitos a partir da data da publicação, i.e. 7 de Janeiro de 2005.
Também me parece uma boa ideia...
Sugiro que o Governo faça algumas nomeações que produzam efeitos a partir de Março ou Abril.
J.S.

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IV EDIÇÃO DOS JOGOS DO NORTE ALENTEJANO
JOVENS EM MOVIMENTO NUMA PRÁTICA DESPORTIVA SAUDÁVEL


A Associação de Municípios do Norte Alentejano (AMNA) juntamente com as Autarquias do Norte Alentejano contando com a colaboração do Movimento Associativo e Escolas vai levar a efeito mais uma iniciativa que já ganhou projecção com o objectivo de proporcionar aos jovens uma prática desportiva mais efectiva e saudável; os IV Jogos do Norte Alentejano com início marcado para o próximo dia 29 de Janeiro prolongando-se até ao mês de Junho A apresentação dos Jogos realizou-se na Sede da AMNA com presença de autarcas, Técnicos, e representantes de Associações de modalidade desportiva. A nível da AMNA esteve presente o Dr. Taveira Pinto, (Presidente) a Dra. Maria do Rosário (Administradora Delegada) Carlos Nogueiro que teceu breves considerações saudando as 13 Autarquias aderentes, e José Mercês a quem competiu apresentar a estratégia (bem elaborada) que vai servir de suporte aos Jogos assente entre outros, nestes pressupostos.

População alvo muito abrangente
Pretendem promover a prática desportiva em que todos possam participar, tendo em conta as características e possibilidades de cada um, de acordo com os escalões etários definidos pelos regulamentos de cada actividade e as suas motivações.A População - Alvo que se pretende atingir com estes Jogos podem ser todo o tipo de participantes em representação de clubes, escolas, colectividades, empresas ou outras entidades, podendo também participar a título individual ou através de grupos informais.Assim podemos referir os seguintes grupo-alvo: jovens, trabalhadores, deficientes, idosos e reformados, atletas, antigos atletas e famílias.

A opinião dos responsáveis
O Professor Ricardo Graça, Delegado do Instituto Desporto Portugal(IDP) observou que os Jogos vão possibilitar uma prática desportiva mais alargada, com a preocupação de enquadrar pessoas com deficiência, uma mais valia para o Distrito. Sublinhou ainda que os Jogos se identificam com os ideais do (IDP) daí o apoio desde a primeira edição. Sérgio Luz, Vereador do Desporto da CMP falou das actividades do dia inaugural com palco central no Pavilhão do Nerpor, felicitando a AMNA pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo. É importante realçar a prática desportiva, a Câmara de Portalegre assume a organização do Festival de Abertura com a (AMNA) que terá uma corrida pela Cidade com Vitor Cordeiro, atleta de valor a transportar o Facho, é nosso trabalhador, e mais dois atletas com a abertura dos Jogos marcada para as 14h.A encerrar o Dr. Taveira Pinto, também Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, realçou com grande convicção o espírito que norteia os Jogos do N/ Alentejano dando possibilidade a milhares de jovens de praticarem desporto. É com imensa mágua que não vejo nos Jogos a participação das Câmaras de Fronteira e do Crato, daí lançar-lhes um apelo; juntem-se ás outras 13 Câmaras e deixem os seus jovens praticar várias modalidades desportivas.
Coordenação de esforços e descentralização
Ainda em relação aos Jogos, importa destacar os seguintes factos; O processo organizativo assenta em dois princípios fundamentais: Coordenação de Esforços: Entre todas as entidades que têm a ver directa ou indirectamente com o desporto (o movimento associativo, as autarquias locais, o sistema de ensino, etc.); Descentralização da Organização: De forma a garantir a participação de todas as localidades, freguesias e concelhos. Estes Jogos têm como objectivos principais: Contribuir para o desenvolvimento desportivo e cultural da Região, procurando corrigir assimetrias e implantando um processo de melhoria progressiva da qualidade técnica e formativa das actividades procurando ao mesmo tempo a promoção da organização de um vasto quadro de actividades abertas a todos, com finalidades de integração social e de formação individual e colectiva.

Actividades em três fases
Os Jogos do Norte Alentejano assentam num processo organizativo dividido em três fases assim ordenadas: Freguesia, Concelhia e Distrital.A Fase de Freguesia consiste no apuramento das melhores equipas de cada freguesia, através de torneios realizados pelo movimento associativo, com o apoio dos serviços municipais;A Fase de Concelhia consiste no apuramento das melhores equipas de cada concelho, através de torneios realizados pelo movimento associativo, com o apoio dos serviços municipais;A Fase Distrital sendo da área de intervenção da Associação de Municípios do Norte Alentejano, consiste na realização de torneios regionais, com o apoio dos serviços municipais de desporto, das Associações Regionais, Federações ou de outras entidades.

Jogos adaptados presentes
Estes Jogos do Norte Alentejano procuram ao mesmo tempo abranger um grande número de actividades desportivas, desde as mais praticadas e com mais tradição até aquelas que por vários motivos a sua implantação na realidade desportiva do Distrito de Portalegre não se encontram muito divulgadas encontrando nestes Jogos uma grande forma de divulgação das suas actividades. Nestes Jogos do Norte Alentejano irão decorrer em simultâneo também os Jogos Adaptados proporcionando momentos de alegria a todas as pessoas com deficiência que fazem parte das Instituições do nosso distrito que trabalham com este tipo de pessoas: CERCI Portalegre, APPACDM Portalegre, APPACDM Elvas, CRM Assumar e CRIP‘S Ponte de Sor. Está previsto também a inserção de actividades para Idosos denominado "Caminhada Sénior", e porque foi visto como uma lacuna na programação das actividades existentes nos Jogos do Norte Alentejano. Esta actividade consistirá numa caminhada a realizar em Marvão sendo intercalada com outros tipos de actividades físicas. Finalmente refira-se que os Jogos envolvem 29 modalidades, e como habitualmente acontece, criam naturais expectativas entre os seus promotores técnicos , com uma acção fundamental, e os milhares e participantes com abertura (louvável) a pessoas deficientes.As Actividades Principais dos Jogos irão desenrolar-se durante os meses de Fevereiro, Março, Abril, Maio e Junho envolvendo Fases Distritais em cerca de 29 modalidades a disputar ao Fim de Semana englobando as várias Fases em que se encontram estruturadas estes Jogos do Norte Alentejano: Fases Freguesia, Concelhia e Distrital, estando a sua organização a cargo dos Municípios com o apoio do movimento associativo e das escolas.
Jornal Fonte Nova

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