sexta-feira, 29 de setembro de 2006

PARECIAM MAIS FELIZES?!

As notícias do mundo que se abatem sobre Portugal continuam a não prestar, são cada vez piores.
Um desse traços negativos é o que percorre os trilhos da deslocalização empresarial - que deixam um lastro de desemprego, pobreza e até de ressentimento e de frustração nos que ficam pelo caminho.
Muitos deles - são homens e mulheres com imenso valor e experiência.
Não são já raros os casos em que essas deslocalizações se fazem por mero dumping social, e para o combater deveria já ter sido aprovada legislação comunitária para limitar, regular e punir esse dumping empresarial que tem efeitos sociais negativos no interior das sociedades e na coesão dos países. Dumping esse a que as empresas multinacionais recorrem sistemáticamente sempre que ou os subsídios estatais cessam ou a mão-de-obra (e outros factores de produção) noutro país é menos remunerada.

Mas infelizmente na União Europeia temos um senhor que já era um mau político no seu próprio país, agora parece que elevou esse nível de incompetência política em conformidade com o velhinho princípio de Peter, quanto mais sobe mais incompetente se torna.
Restar-lhe-á a administração de uma diocese por nomeação papal ou então o regresso à velhinha universidade privada - paralela à linha do rio Tejo - onde se depositam as velhas estrelas quando caem em desgraça, ou seja, quando ficam desgraçados.
Durão Barroso, há que dizê-lo com toda a frontalidade integra já aquela categoria de políticos menores que se serviu do Estado para se promover pessoalmente.
Dele a história não guardará mais do que uma negra nota de pé-de página, talvez ladeado pelo seu "amigo" e colega de geração S. Lopes.

Estes personagens são o reverso político das Jonhson, da Opel, da Bombardier e de todas as outras empresas que encontram no método da fuga - como fez Barroso - o transmontano de Bruxelas - a escapatória cobarde para resolver os problemas de produtividade e de competitvidade da economia portuguesa.

Por isso dedicamos este post a três categorias de pessoas: aos trabalhadores que ficam numa situação de grande injustiça social; aos jornalistas (económicos - como Helena Garrido e outros) que têm mostrado que o rei vai nu; e, de forma cínica, aos políticos mais incompetentes que nas instâncias europeias têm sofrido de Alzheimer político porque se esquecem de governar para o conjunto da Europa.
Esquecem-se porque não têm liderança nem coragem, e não tendo nem uma coisa nem outra são considerados os cobardes da nova política.
Coitados, alguns nem em Portugal conseguiram governar...
Daí a nossa magnanimidade.



A actual globalização predatória, já banalizada, de difícil apreensão e obediente à lógica multicritério, generaliza, universaliza e torna iguais para todas as pessoas, empresas, sociedades, Estados e regiões as condições de governabilidade, viabilidade e de sustentabilidade dos projectos de desenvolmimento, já que permite e promove a comparação directa das competitividades entre aquelas diversas categorias.
Dum lado o passivo da crise económica (descida do PIB, falências, desemprego); do outro a necessidade de recuperação da confiança, atracção de investimentos, aumento de riqueza, criação de emprego entre outros activos.
Assim, em lugar das tradicionais diferenciações através das cores das bandeiras nacionais e do traçado (sempre móvel) das fronteiras e da nacionalização das normas políticas, jurídicas e administrativas, passa a haver uma comparação directa entre os diversos centros competitivos.
Sendo certo que as novas desigualdades, aferidoras das condições globais de desenvolvimento, se estabelecem entre competências profissionais e centros competitivos e já não entre capitais administrativas.
O abandono predatório e dissimulado das “multinacionais de risco” (que governam em função da “ditadura dos mercados” pouco atendendo a razões personalistas) ante a impotência frustrante do governo, é um dramático exemplo.
O drama que esta realidade representa na sociedade portuguesa só encontra continuidade em piadas que actualmente circulam na Net, e que ajudam a clarificar algumas medidas governativas que aqui, ironicamente, sumariamos:
- a) o aumento do IVA é positivo porque a população portuguesa estava a engordar substancialmente;
- b) a redução do poder de compra leva a uma dieta globalizada, contribuindo para o bem-estar de todos;
- c) o fim do crédito bonificado é uma medida positiva, porque os jovens vão passar a pensar com mais calma no casamento, esse passo tão importante que muitas vezes acaba em divórcio e com os filhos a chorar;
- d) o aumento da gasolina é positivo, já que diminui a frequência dos passeios de carro, contribuindo para um ambiente mais saudável e, consequentemente, para uma redução da taxa de sinistralidade nas mortíferas estradas nacionais;
- e) o serviço público de saúde leva-nos cada vez mais ao auto-tratamento e auto-medicação, contribuindo para a cultura do país em termos de farmacologia e dispensa dos serviços médicos;
- f) temos, por outro lado, auto-estradas com portagens mais elevadas, contribuindo para o aumento do trânsito nas estradas nacionais (e secundárias) fomentando a difícil sobrevivência dos restaurantes e cafés de beira de estrada;
- g) a diminuição do número de funcionários públicos leva a que em cada instituição os funcionários possam trabalhar mais à larga, conversem menos de modo a que um funcionário passe a desenvolver o trabalho de três;
- h) o facto de não termos ganho o Mundial de Futebol foi positivo na medida em que temos a possibilidade de (não) dar a conhecer ao mundo que somos um país e não uma província espanhola. Com estas medidas (algo caricatas) seremos muito em breve um país de gente elegante, com um bom planeamento familiar, sem poluição, sem sobrecarga dos serviços de saúde, com um serviço público eficaz e seremos, finalmente, independentes aos olhos do mundo, tal como Timor…
A propósito, passarão a ser emitidas pelo único canal público de televisão, todas as séries de humor constantes na tabela de programação da RTP2. O resto da grelha, como é do conhecimento de todos, não interessa a ninguém.
Assim, todos os desempregados poderão ocupar o seu precioso tempo à frente de um televisor a assistir a um canal onde lhes será prestado um excelente serviço público de televisão.
Eis a autopsicografia da crise: seremos tudo isto, mas idosos e já não podemos “fingir que é dor a dor que deveras sentimos”, como diria Fernando Pessoa. E o mais grave é que tudo isto acontece justamente quando o Estado perde a sua (tradicional) capacidade para artificializar as condições de viabilidade e de sustentabilidade das actividades económicas e relações políticas (domésticas e internacionais) que será chamado a honrar perante compromissos assumidos com os dispositivos de segurança social que foram concebidos no quadro duma estrutura económica, demográfica e psicológica muito diferente da que existe hoje nas sociedades (ditas) avançadas.

Na última década os portugueses vestiram um dominó errado; conheceram-se por quem não eram e não desmentiram.
Resultado: perderam-se com a máscara colada à cara.
Hoje, envelhecidos e diante do espelho rachado, tentam tirá-la.
Mas parece que estão “bêbados” (como o Estado), impotentes e sem saber vestir o dominó que nunca tiraram. E se a conseguirem tirar – a máscara – vão dormir no vestiário como um cão tolerado pela gerência à sombra duma qualquer “Tabacaria”…
É, em suma, na mutação destes processos políticos, sociais, psicológicos e tecnológicos que os novos desafios se colocam aos decisores.
É também da sua articulação que estas realidades podem ser comparadas com o que aconteceu durante as primeiras fases da globalização.
Então, e não obstante duas guerras mundiais e 50 anos de Guerra Fria, parecia que as pessoas arranjavam emprego; não se endividavam tanto para comer, vestir e comprar casa; odiavam-se e desprezavam-se menos e não se matavam tanto umas às outras; e casavam-se mais cedo fazendo da instituição uma eternidade; e até tinham (mais) filhos.
Seria por causa disso que pareciam mais felizes?!


Pedro Manuel

NAS ESCOLAS DE PONTE DE SOR, NEM AQUECIMENTO

QUANTO MAIS COMPUTADORES


Nove em cada dez escolas portuguesas têm acesso à internet, mas o país está na cauda da Europa em termos do número de computadores nos estabelecimentos de ensino, segundo um relatório da Comissão Europeia divulgado esta sexta-feira.

De acordo com o documento, que analisa o uso de computadores e internet nas escolas em 2006, 92 por cento dos estabelecimentos de ensino em Portugal têm acesso à Internet, mas o número de computadores existentes não chega sequer a um por cada 15 alunos.

QUAL É O NÚMERO DE ALUNOS

POR COMPUTADOR NAS ESCOLAS


DO CONCELHO DE

PONTE DE SOR?

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

RESÍDUO DA DEMOCRACIA

Taveira Pinto e a sua pandilha (Coelho, Carita, Laranjeira, Nuno, Jordão e o Irmão) são um resíduo da democracia.
É um erro da vida política local e distrital (aqui a Federação do Partido Socialista e os militantes socialistas do distrito de Portalegre já correram com ele).
É um desvio à norma, é uma patologia política, é um quisto da democracia.
Isto é um lugar comum.

Todos o sabemos, e todos gostamos de o ver e ouvir só para nos divertirmos.
Esta farsa tem um pico que coincide com o carnaval - em que o visado assume a sua verdadeira identidade.

Agora vem dizer à turba que ou as autarquias que não são da côr alinham com ele ou não mamam dinheiro algum da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
Em democracia - isto é execrável.
Não é uma nódoa, é uma mancha na política à portuguesa.
Mas ele é o veterano lá do burgo.
É o rei dos reis locais, o cacique-mor;
Um red neck populista, como um dia alguém lhe chamou, enchouriçado em meia dúzia de balelas que a turba local gosta de ouvir.
Ficam todos com a ilusão de que têm poder, são importantes e lutam contra a capital do distrito, o inimigo a abater.
Taveira Pinto é, pois, o vociferador do discurso radical que debita bites e bytes para agradar ao homem do talho, ao taxista e aos patos-bravos indígenas que se revéem naquele pobre espírito fantasioso, circense, brilhando psicadélicamente como se estivesse permanentemente num cabaret.
Será isto a Política?!
Julgo que não.


Os inimigos de Taveira Pinto e da sua pandilha são sempre os mesmos: os comunas.


Confesso que ouvir Taveira Pinto a falar já é pior do que ver o Castelo Branco a debitar adjectivos em directo na TV.
O homem ofende toda a gente, vocidera contra tudo e contra todos.
Taveira Pinto dá rosas cheias de espinhos.

Taveira Pinto é, de facto, uma aberração da democracia.
Ainda assim garante um séquito de apoiantes indefectíveis na classe média, a quem garante os empregos e estão dispostos a andar à pancadaria só para proteger o boss.
É óbvio que estes fretes trazem compensações, e são bem pagos.
À custa do erário público que o sr. Taveira Pinto gere a seu belo prazer.


É a toque de caixa por um lado, e a prémios e a distribuição de favores e benesses por outro, que este ditador disfarçado de democrata fixa os votos locais na sua manápula assambarcadora. Eis o que o preocupa: caçar votos.
Este é o lema do cacique dos caciques - que o Partido Socialista tem pago com juros ao Taveira Pinto de Ponte de Sor do sr. Taveira Pinto.
Mas so far so good.
O estranho é que tenha sido Cavaco Silva que lhe tenha cortado a ração, e Guterres quem lhe abriu as torneiras, reforçando as dotações para o burgo de Taveira Pinto.

É como se a Teresa Ricou, a "Té-té" - a mulher palhaço - fizesse mais um número de circo para atrair clientes e receitas à sua escola.
Muito meritória por sinal. E tem palhaços verdadeiros e mui profissionais, que distinguem o momento da representação do momento da ficção de tudo o resto, que é muito pouco.
Há, porém, quem não consiga estabelecer essas fronteiras e só diga vitupérios da boca para fora que faz com que cada pontessorense, visto do exterior, se sinta ofendido por ter a naturalidade daquele senhor que já devia ter largado o poder do concelho de Ponte de Sor há anos.
Haja, pois, quem a liberte.

O Sr.Taveira Pinto sempre governou com uma fonte principal de poder, que ele administra e doseia consoante as simpatias, os apoios e os interesses pessoais e políticos do momento. Sempre os seus, depois os seus.
Esse poder traduz-se em dinheirinho vivo, "maçaroca", "pilim" - que é o quinhão resultante do assalto ao OGE e dos impostos de todos nós que servem para ele fazer um figurão na aplicação desses investimentos públicos financeiros que, segundo ele, só são para distribuir aos filhos legítimos, excluindo todos os outros.
...Cada um tem o nome que tem.

Pedro Manuel

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

PARA OUTUBRO...

A Fundação António Prates

vai abrir!




OUTUBRO

DE 200?

NOVA VIAGEM... NOVA VIAGEM...

AINDA NÃO FORAM PARA

A ROMÉNIA

MAS JÁ ESTÁ PREVISTA

OUTRA

DESTA VEZ A

CABO VERDE




COMITIVA:

Taveira Pinto

Luis Laranjeira

30 convidados

Banda das Galveias

Total = 32 turistas

NOVA VIAGEM...

DESTA VEZ...

MAIS UMA VEZ

À ROMÉNIA



COMITIVA:

Taveira Pinto

Luis Laranjeira

10 convidados

Total = 12 turistas
"xuxalistas"

terça-feira, 26 de setembro de 2006

PORTALEGRE COM GAME CITY


O maior centro mundial de indústrias criativas de jogos electrónicos, uma espécie de Hollywood dos videojogos, que irá juntar empresas ligadas ao sector, deverá começar a ser construído em 2008, perto da cidade de Portalegre.

Com um investimento previsto de 25 milhões de euros, a Game City é o projecto mais vasto e ambicioso da Aproje. Deverá ocupar 400 hectares a 30 quilómetros de Portalegre.

Idealizada pela Associação de Produtores de Jogos Electrónicos (Aproje), a Game City vai ser construída pela Gameinvest, a primeira sociedade de investimento portuguesa exclusivamente dedicada à área do entretenimento interactivo, criada em Junho por aquela associação e um conjunto de empresários de Portalegre.

Será uma espécie de cidade privada que pretende fornecer, a empresas e a pessoas ligadas à indústria dos jogos electrónicos, condições ideais para uma actividade criativa e rentável, conciliando necessidades profissionais e qualidade de vida, explicou Paulo Gomes, da Aproje.

A intenção é investir nesta indústria, que tem um mercado mundial que movimenta anualmente cerca de 20 mil milhões de euros, mas estima-se que possa atingir os 50 mil milhões nos próximos anos, acrescentou.

Na Game City, salientou, os empresários e profissionais do sector, acompanhados das suas famílias, poderão investigar, trabalhar, viver e divertir-se.
O projecto vai concentrar empresas ligadas à indústria dos videojogos, condomínios, hotéis, um parque de jogos e diversões e um aeródromo.

O plano de pormenor regional da cidade deverá ficar concluído até ao final deste ano, seguindo-se a distribuição gratuita de terrenos aos interessados em instalarem-se e a construção das infra-estruturas no início de 2008, previu.
Disse também tratar-se de um megaprojecto a longo prazo, acrescentando, no entanto, que a Gameinvest espera já ter, pelo menos, uma aldeia construída em 2012.

ELES PRÓPRIOS SERÃO EXCEDENTÁRIOS

A política é a arte de fazer com que o inevitável pareça ter sido planeado.
Alguns ministros de Sócrates estão a fazer com que a falta de planeamento resulte num sofrimento evitável.

Governar não é um exercício de terraplanagem.
Os ministros de Sócrates não podem querer fazer um Portugal novo fazendo de conta que o antigo não existe. Mas é isso que, por exemplo, na sua fúria reformadora, o ministro da Saúde e a ministra da Educação estão a fazer.

Poupar e modernizar não significa o mesmo que fragmentar para sempre. Para que, depois, se deitem lágrimas de crocodilo sobre a desertificação do país porque as crianças vão para os grandes centros e deixam as escolas ou sobre a exclusão de quem não tem meios para ter acesso aos cuidados de saúde.

Os sectores da saúde e da educação, como todo o Estado, precisam de se redimensionar. De emagrecerem. De serem menores e melhores. Mas isso não quer dizer que devam criar pequenos oásis com desertos à volta. Porque os ministros estão só a olhar para os números e, hipnotizados por um qualquer David Copperfield, não vêem as pessoas.

Sabe-se que é urgente reformar o sistema de ensino e modificar a Segurança Social. Mas, para isso, os ministros de Sócrates precisavam de mostrar claramente novas soluções para velhos problemas. Estão a ir pelo caminho mais fácil: eliminando rubricas nos orçamentos sem perceber os equilíbrios da sociedade. Cortando tanto que, um dia destes, eles próprios serão excedentários.


F.S.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

ONDE É QUE ISTO VAI PARAR?




Mais que perder tempo com uns senhores há dias reunidos no "Compromisso do Capital" - o qual, por ausência de rigor e completa falta de vergonha, apareceu com a última palavra trocada por Portugal -, parece bem mais importante para o nosso futuro estar atento às últimas notícias do Ministério da Saúde.

A verdade é que a rapaziada destas reuniões do Beato vai dizendo e propondo o que já se percebeu que não é novidade e que está - ou será - incorporado por este executivo (dito) socialista. Por isso, por razões de sanidade mental e para fazer jus à máxima de que "enquanto o pau vai e vem, folgam as costas", será preferível concentrar atenções no pau de marmeleiro com que o Dr. Correia de Campos está de novo a agredir os portugueses e de forma especial os mais desfavorecidos.

Já não basta ao Ministro querer fechar serviços de atendimento permanente, maternidades, centros de saúde, tudo com base em critérios tecnocráticos que são sobretudo consequências do desinvestimento público e/ou de políticas que provocam a desertificação e litoralização do País.
Esta semana, o Dr. Campos foi ainda mais longe e anunciou também o encerramento de urgências hospitalares!

Será mais meio milhão de portugueses sem urgências hospitalares públicas mas que em breve terão - obviamente pagando, muito e bem - urgências abertas em unidades hospitalares de grupos privados de saúde geridas por alguns dos mentores do tal "Compromisso do Capital".
Quem não puder pagar passará a ir ao "endireita ou ao curioso", forma supletiva com que o Governo PS parece estar a encarar o Serviço Nacional de Saúde universal e tendencialmente gratuito de que fala a Constituição!

A fúria do Dr. Campos não se esgotou nos encerramentos, aumentou de novo as taxas moderadoras e alargou-as a novos serviços, desta vez aos internamentos e às cirurgias.
Há muito que nos tentam convencer que as taxas moderadoras servem para impedir que os utentes utilizem sem razão serviços de saúde e urgências.
O Dr Campos quer agora meter-nos na cabeça que, quando somos internados ou levados para a sala de operações, tudo é também uma espécie de passatempo e não uma evidente e inadiável necessidade de saúde.
A continuar assim, o Dr Campos ainda decide pôr os médicos a pagar taxas moderadoras para impedir que nos internem ou nos operem tanto, procurando desta forma libertar mais enfermarias e poupar no pessoal...
Assim teríamos - objectivo supremo do Governo - controlados os gastos na saúde! O que não teríamos certamente era Serviço Nacional de Saúde.


H.N.

domingo, 24 de setembro de 2006

NÃO APAGUEM A MEMÓRIA [parte II]

Em 24 de Janeiro de 1964 sou preso pela 5.ª vez, quando me encontrava a almoçar na pensão "A Ponte"em que estava obrigado a residir em Ponte de Sor, distrito de Portalegre.

Conduzido para Lisboa, sou encarcerado de novo nas masmorras do Aljube.
Ali permaneço durante dez dias, sem qualquer interrogatório, sem qualquer acusação formal.
Entretanto sou chamado a direcção da P.I.D.E., e o inspector Sachetti obriga-me a escrever pelo próprio punho e assinar uma declaração comprometendo-me a aceitar nova residência fixa e não abandonar o local de residência em que fosse fixada «sob pena de suspensão de ordens sacras e impossibilidade de celebrar missa, conforme o acordo firmado entre o Ministério do Ultramar e a Nunciatura Apostólica de Lisboa».

Recuso-me a escrever a declaração, cujos termos considerava inaceitáveis.
O inspector Sachetti responde-me se não escrevo tal declaração, terei de ficar definitivamente na prisão.
Mantenho a minha recusa e ponho mesmo em dúvida a existência de tal acordo.
[...]
Insisto finalmente em falar com o Núncio Apostólico ou com algum secretário da Nunciatura.
Quando o secretário da Nunciatura chega à P.I.D.E., o inspector Sachetti roga-me que não fale mais na questão do pretenso acordo entre a Nunciatura e o Ministério do Ultramar.
Insisto em levantar a questão e exponho o caso ao secretário da Nunciatura, monsenhor Rotuno.
Este afirma-me, na presença do inspector da P.I.D.E., que tal acordo nunca existiu!

Em 3 de Fevereiro de 1964 sou posto em liberdade (?), mas conduzido a Vilar do Paraíso (concelho de Vila Nova de Gaia), ficando com residência fixa no Seminário da Boa Nova, dos Padres das Missões Ultramarinas.

Movimentos limitados ao concelho de Gaia.
Telefone vigiado, correspondência censurada e visitas controladas.
Agentes da P.I.D.E. e outros colaboradores vigiando dia e noite as portas do seminário e seguindo-me os passos aonde quer que eu fosse.
Nestas condições permaneço em Vilar do Paraíso durante três anos (1964-1967).

Em consequência de uma intervenção pessoal do Papa Paulo VI junto do Presidente da República Portuguesa, aquando da sua peregrinação a Fátima, sou finalmente autorizado a circular livremente por todo o País, sendo-me todavia vedado o regresso à minha terra ou a saída para o estrangeiro.

Joaquim da Rocha Pinto de Andrade

sábado, 23 de setembro de 2006

REGRESSO ÀS CRUZADAS



Inadvertidamente ou não, o Papa não disse nada sobre o Islão que nenhum ocidentamosl não pense. Quando citou o Imperador bizantino Manuel II, dizendo “mostra-me aquilo que Maomé trouxe de novo e encontrarás só coisas más e desumanas”, como “o direito de difundir a fé pela espada”, o Papa disse exactamente aquilo que todos nós pensamos hoje sobre o que significa fundamentalmente a corrente dominante no Islão: o direito a mandar, a aterrorizar e a matar em nome de Deus. Porém, ao contrário do que os seus defensores se apressaram depois a dizer, a citação feita por Bento XVI não foi interpretada por excesso ou fora de contexto. Pelo contrário, julgo que ficou aquém do seu significado.



Não se fizeram apenas coisas más e desumanas em nome de Alá, fizeram-se coisas boas e deslumbradamente humanas, mesmo quando em nome do divino, e, durante muito tempo, foi infinitamente mais tolerante, mais livre e mais avançado o Islão do que a Cristandade. No fundo, o erro de Ratzinger (que não é inocente) é que ele faz exactamente a mesma leitura actual do Corão que fazem os fundamentalistas islâmicos. E, lido hoje literalmente, o Corão não faz nenhum sentido humano. É apenas um código penal onde o Profeta Maomé fala em nome de um Deus que não tem nada de bom para propor, a não ser o “Paraíso” depois da morte, para os que lhe obedecerem cegamente, até ao ponto do “martírio”, da fé transmitida à espadeirada. E o Paraíso é, aliás, uma imagem simbólica lindíssima mas que, em si mesma, circunscreve a mensagem do Corão aos limites políticos, sociais e históricos da época: o Paraíso é “um jardim atravessado por um rio” - ou seja, um oásis. É assim inteiramente lógico que o terrorismo islâmico, alicerçado na leitura jamais “aggiornata” do Corão ensinado nas escolas corânicas da Irmandade Islâmica, privilegie como alvos os símbolos da modernidade “ímpia” dos ocidentais: as torres de Manhattan ou os aviões que cruzam o espaço entre os homens e Deus.

Mas o que o Papa disse sobre o Islão, fingindo que não queria dizer, é exactamente o mesmo que se poderia dizer sobre qualquer outra religião, incluindo a católica. Se é certo que, em nome do Islão, existem hoje milhões de muçulmanos privados de acesso à educação, à ciência e ao conhecimento, milhões de seres humanos arrastados para guerras que não desejaram e condenados a viver na miséria e no subdesenvolvimento a mando dos seus teólogos, também é verdade que o mesmo se passou durante séculos com os católicos a quem a Igreja ensinou apenas a esperar pela justiça e pelo Paraíso depois de mortos. E não foi a Igreja que mudou, mas a Revolução Francesa que ensinou os homens a mudar, contra a Igreja. Se olharmos para os dois mil anos de história depois do Novo Testamento, desde as Cruzadas à legitimação da escravatura e do morticínio dos índios das Américas com a justificação da sua “conversão a Cristo”, passando pela Santa Inquisição e pela conivência da Santa Sé com o nazismo e com as ditaduras latino-americanas da última metade do século XX, encontraremos as mesmas “coisas más e desumanas”, a mesma apologia de divulgar a fé através da espada. Foram os Jesuítas, que dominavam o jovem e imbecil Rei D. Sebastião, que o arrastaram para a trágica aventura nacional de Alcácer-Quibir, com o piedoso fito de ir matar “infiéis” a Marrocos. É, aliás, curioso que a citação de que se socorreu Bento XVI pertença a um teólogo ortodoxo e antipapista, S. Manuel II Paleólogo, antepenúltimo imperador bizantino, morto em 1425. Na continuação desta passagem dos ‘Diálogos com um muçulmano’, que o Papa cita, S. Manuel II explica a sua afirmação sobre a natureza desumana do islamismo com um argumento que é historicamente aplicável por igual ao cristianismo: “Deus não se poderia regozijar com o sangue e não agir segundo a razão é contrário a Deus”.

João Paulo II, que era um Papa conservador e retrógrado, identificou como inimigo principal do cristianismo o ateísmo cívico de raiz europeia, herdeiro da Revolução Francesa, que defende os direitos individuais de cada homem, o laicismo do Estado e do ensino, a liberdade como valor absoluto e direito natural de todos. Por isso, ele foi um Papa profundamente ecuménico, condenando todas as manifestações anti-religiosas, fossem contra que religião fossem, e promovendo o diálogo entre todas as igrejas, não hesitando para tal e quando necessário, em pedir perdão a todos - protestantes, ortodoxos, judeus, muçulmanos. Só não perdoava aos ateus: aos que defendiam a pílula, o direito ao aborto, à eutanásia, à prevalência da ciência e da razão sobre a fé.

Ratzinger é diferente. Não foi em vão que, durante décadas, lhe coube chefiar a Congregação da Doutrina e da Fé, a herdeira da Inquisição. É muito mais inteligente, culto e “revolucionário” do que Woytila. A sua longa e meditada intervenção escrita na Universidade de Ratisbona (onde antes havia sido professor), revela o pensamento subliminar de alguém que tem o desígnio de fazer renascer a fé, e a fé cristã, como fundamento cultural e político da Europa de hoje. Ratzinger, um alemão genuíno, sente que, perante a ameaça crescente que o fundamentalismo islâmico coloca à preservação dos valores democráticos europeus, de raiz anglo-francófona, talvez este seja o tempo adequado para propor uma outra via de salvação: o regresso aos bons velhos valores cristãos, como forma de organização político-social dos povos. Mas, ao fazê-lo, ele não se pode limitar a propor o Novo Testamento contra a Declaração Universal dos Direitos do Homem: propõe-nos Roma e Bizâncio contra Teerão e Damasco. A Cristandade contra a Barbárie. Enfim, o regresso ao espírito das Cruzadas, dos Reis Católicos e do Sacro Império Romano-Germânico.



Não, o Papa não foi mal interpretado. Infelizmente para todos nós, ele foi demasiadamente bem interpretado pelos «ullemas» islâmicos. Era isso mesmo que eles queriam ouvir para legitimarem a sua «jihad», e agarraram com ambas as mãos a inesperada oferta papal: em lugar de um obscuro cartunista dinamarquês, agora têm o próprio chefe da Cristandade a desafiá-los
.

Miguel Sousa Tavares
Expresso

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

NA CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SÔR NEM SABEM O QUE É ISSO

Câmaras municipais desperdiçam as potencialidades da Internet

A maioria das 308 câmaras municipais portuguesas usa os seus sítios na Internet para publicitar e promover o município, mas não facilita a interacção online com os seus cidadãos. As informações genéricas e vagas, presentes na maioria das páginas Web dos municípios, contrastam com a ausência de informações relevantes para a vida concelhia, como o noticiário actual, os planos estratégicos, a informação económica ou até o currículo dos eleitos.

Esta é uma das conclusões do estudo sobre "Maturidade dos serviços de informação das autarquias", da autoria de Luís Ribeiro Vieira, do Departamento de Economia do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Analisados mais de 40 critérios de avaliação das funcionalidades dos serviços de informação autárquica, foi possível estabelecer um ranking geral, liderado pelo sítio na Internet da Câmara Municipal de Pombal, concelho que assume uma evolução isolada num distrito (Leiria) onde muitas câmaras revelam ainda pouca apetência para o mundo digital.

Com Pombal, as páginas de Portalegre, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Porto, Odivelas, Amarante, Nelas, Nisa e Chaves completam a lista das dez mais bem classificadas. São, contudo, excepções positivas num universo de acessibilidade e interactividade digital com o cidadão onde o caminho a percorrer parece longo.

Embora a maioria dos municípios portugueses (92%) já tenha um sítio registado na Web, em mais de metade (55%) a abertura ao munícipe foi classificada como fraca ou extremamente fraca. Dados que reflectem, por exemplo, a quase total ausência de resposta aos emails recebidos, uma realidade que obrigou Luís Vieira a excluir um dos critérios iniciais. "Contactámos as câmaras, através do endereço de e-mail, colocando questões relacionadas com os meios utilizados e verbas despendidas na informação e para o funcionamento da página. As respostas que recebemos foram tão escassas que tivemos de anular essa parte", afirma.

As câmaras, tal como as juntas de freguesia, são o primeiro contacto dos cidadãos com a Administração Pública, mas a proximidade local não encontra eco na facilitação digital, já que apenas 45% dos municípios disponibilizam formulários para descarga e só 10% torna acessível a consulta online dos processos. "A descarga é feita, por norma, em formato PDF, o que obriga ao preenchimento e reenvio dos impressos por outros meios", assinala o autor.

A totalidade dos municípios dos distritos de Lisboa, Viana do Castelo, Faro, Setúbal, Braga, Bragança e Vila Real (menos de metade dos distritos) tem sítios na Internet. Este facto não significa, porém, que o valor informativo seja positivo, já que podem ter a página desactivada, alerta-se no estudo.

A informação sobre o concelho e sobre os eleitos é a que reúne maior consenso entre as autarquias, em termos de navegação. Já no critério de abertura ao munícipe, o autor sublinha que na sua globalidade as câmaras manifestam clara insuficiência.

Na elencagem das funcionalidades disponibilizadas online, a indicação de dados genéricos sobre o concelho ocupa as primeiras posições, designadamente informações sobre a composição do executivo camarário, a história do município, monumentos e referências às freguesias. Do lado inverso, apenas 37% dos municípios divulgam online a tabela de taxas e licenças, 36% apresentam uma resenha económica e social do concelho e 26% dão publicidade dos concursos públicos a decorrer.

Embora metade dos municípios se situe em zonas consideradas economicamente deprimidas, a caracterização económica dos concelhos não é presença frequente nos sítios digitais autárquicos: só 21% dos municípios se referem aos seus parques industriais, 19% mostram um directório de empresas e uns escassos 16% assumem mensalmente uma newsletter sobre empreendimento.

Resultado do processo de construção de uma base de dados associada à disciplina de Informática e Sistemas de Informação Aplicados em Economia, durante a qual "a pesquisa dos alunos foi preciosa", esta investigação será agora actualizada anualmente, assinala Luís Vieira.

Concluído o trabalho, o docente enviou-o para todos os municípios, recebendo três respostas, um número também ele significativo da atenção municipal dispensada ao tema.



Diário de Notícias




EM PONTE DE SÔR


NEM APROVEITADAS

SÃO



Câmara Municipal

Ponte de Sôr





Sítio em construção






ANOS, MESES, DIAS...



A CÂMARA MUNICIPAL

DE PONTE DE SOR

É A ÚNICA DO DISTRITO

DE PORTALEGRE

SEM PÁGINA NA INTERNET

COMPROMISSO P... FINAS(OS)




O CAPITAL CONTRA-ATACA

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

EM PONTE DE SOR, COMO TEM SIDO?






"Enquanto presidente da câmara, Fátima Felgueiras terá encaminhado ilegalmente para o FC Felgueiras verbas que ultrapassaram os três milhões de euros. A acusação do Ministério Público responsabiliza também o ex-presidente Júlio Faria e cinco ex-vereadores da Câmara de Felgueiras pelo esquema de transferência de verbas para o clube. Faz hoje um ano que a autarca regressou do Brasil."

PÚBLICO



É para isto que os senhores "autarcas",querem mais dinheiro dos impostos da carneirada?



J.G.

A MENTIRA DO PRIMEIRO-MINISTRO

"Nenhum país europeu fez algo tão burro quanto nós. Evidentemente, mentimos durante o último ano e meio (...). (...) Era totalmente claro que aquilo que dizíamos não era verdade.(...) Não conseguem citar nenhuma medida significativa do Governo de que nós nos orgulhemos, além de, finalmente, conseguirmos tirar o governo da valeta. Nada. Se tivermos de prestar contas ao país sobre o que fizemos (...), o que dizemos? (...) Mentimos de manhã; mentimos à noite."



Não.

Enganaram-se.

Foi um primeiro-ministro, mas não foi o de Portugal.

Sócrates nunca poderia dizer o que , socialista Ferenc Gyurcsány, o primeiro-ministro da Hungria, confessou aos seus camaradas numa reunião do partido, cuja gravação a imprensa publicou.

Nem, supomos, poderia suceder um nível de indignação semelhante, no estado de obnibulação do povo português, que sentimos, se, acaso, Sócrates começasse a confessar a verdade.



Antonio Balbino Caldeira
DO PORTUGAL PROFUNDO

terça-feira, 19 de setembro de 2006

PORTALEGRE CAPITAL DOS JOGOS ELECTRÓNICOS



Na cidade de Portalegre decorrerá de 26 a 30 de Setembro de 2006 o Festival de Criação de Jogos Electrónicos GAMES 2006.

O GAMES 2006 é uma organização da APROJE, e trata-se de uma das ferramentas para atingir o objectivo de apoiar a produção de videojogos nacionais para a exportação mundial e o reconhecimento internacional de Portugal como um dos principais países produtores de criatividade.


O GAMES 2006 inclui o "International Digital Games Conference (iDiG)", o "Festival de Criação de Jogos Electrónicos", "Demo Party", "Lan Party", "Workshops", "Mesas Redondas" e uma área para a "Exposição" de empresas de apoio ao sector.


GAMES 2006

NÃO APAGUEM A MEMÓRIA

Em 5-1-63 completava eu 177 dias de prisão preventiva e sem culpa formada.
Faltavam três dias para o máximo permitido por lei.
Fui posto em liberdade, mas… preso imediatamente a seguir à porta da cadeia do Aljube e transferido para Caxias!

No dia 8-1-63, conduzido à sede da P.I.D.E., fui ali informado de que fora posto em liberdade três dias antes e preso de novo à porta da cadeia… porque novas actividades subversivas haviam sido desenvolvidas dentro da cadeia ou à porta da cadeia. […]

Não fui submetido a nenhum interrogatório durante esta 4.ª prisão, nem me foi nunca fornecida qualquer explicação para ela.

E assim se foi arrastando a minha 4.ª detenção, que, ultrapassando o que a lei permite, se prolongou por mais sete meses.
E todavia, ao completarem-se 180 dias, eu tinha uma carta de protesto ao director da P.I.D.E. e cópias da mesma aos ministros do Interior e da Justiça.
Nenhuma resposta obtive.
O meu advogado, dr. António Alçada Baptista, apresentou então um requerimento de «Habeas Corpus».

A 14-8-63 […] fui posto em liberdade (?), mas com residência fixa na vila de Ponte de Sor, distrito de Portalegre.

Fiquei sob custódia da GNR.
Dois guardas à paisana e armados vigiavam dia e noite a porta da pensão A Ponte em que me encontrava alojado e seguiam-me a dez metros de distância em todas as deslocações pela vila, cujos limites estava proibido de ultrapassar.
[…]
Correspondência censurada e telefone vigiado.
[…]
Proibição de usar qualquer meio de locomoção que não fossem as próprias pernas, nem mesmo uma bicicleta.
Proibição de pregar e de ouvir confissões, sob pena de prisão.


Joaquim da Rocha Pinto de Andrade

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

AFINAL, AINDA NÃO É DESTA!!!

1 Milhão Contos de Obras


e depois de tantos

convites enviados

a Fundação António Prates

não vai abrir no

dia 30 de Setembro de 2006.

TUDO NA MESMA?

Mais de oito em cada dez alunos (81,7 por cento) do 12º ano tiveram negativa no exame nacional de Matemática relativo ao programa antigo, enquanto na prova referente ao programa novo a taxa de chumbos atingiu os 71,1 por cento.

Entretanto, fecharam mais de 230 escolas em Trás-os-Montes, o que obrigará as crianças a deslocarem-se, em média, uma distância de 15 quilómetros até localidades vizinhas, e a ministra da Educação rejeitou qualquer possibilidade de adiar o programa de encerramento de 1460 escolas, apesar de muitos dos estabelecimentos de acolhimento não estarem preparados para receber os alunos. Por outro lado, com o ano lectivo oficialmente inaugurado, existem cerca de 4500 docentes dos quadros sem aulas para dar, enquanto o Ministério contratou cerca de 10 mil professores, e muitos docentes foram transferidos para onde não faziam falta.


São estas as últimas notícias sobre resultados e efeitos do sistema da educação, matéria que não faz parte dos planos para qualquer pacto de regime nem para nenhuma nova paixão anunciada.

Ainda muito recentemente, um relatório da OCDE revelava que Portugal está em último lugar, entre os 30 países da organização, quanto ao tempo médio que os cidadãos com mais de 25 anos passaram na escola e, consequentemente, em relação aos conhecimentos e aptidões da população adulta.
Mas não é por falta de estatísticas deprimentes como esta que o País e os poderes não tomam consciência da calamidade nacional a que tem sido conduzida a educação e não invertem de vez a situação.
Será, eventualmente, porque a educação é um campo de batalha de interesses de corporações e uma passerelle para uma casta de burocratas que vive do sistema. E para a sobrevivência de um sistema que sustente essa casta de burocratas basta ir fazendo as mudanças frequentes, necessárias e suficientes para que fique tudo na mesma.

João P. Guerra

sábado, 16 de setembro de 2006

OS DITADORES "CHUCHALISTAS" SÃO TODOS IGUAIS...[parte III]

Será desta?


750 mil contos e depois

de tanto anúncio...



A Fundação António Prates vai abrir.





Ao que soubemos, os vereadores da oposição não foram convidados. Aliás, como manda a tradição do regime...

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

SÁBADO, SOL NAS BANCAS

Amanhã sábado, 16 de Setembro estará nas bancas a primeira edição do semanário SOL, que será um jornal diferente, inovador e inteligente, segundo as palavras do seu director, José António Saraiva, que durante 20 anos liderou o Expresso.


Diferente porque é diferente de tudo o que existe, inovador porque aposta nas novas tecnologias e nos novos temas, e inteligente porque sendo muito sintético, muito directo e muito objectivo, é um jornal que vai reflectir profundamente sobre o nosso tempo, justificou José António Saraiva.

O semanário promete vários ambientes. Temos uma parte inicial, que é mais política, mais institucional. Uma segunda parte a que chamamos Mundo Real, que é uma parte mais emocional. (...) Temos uma parte mais ligeira, com jardinagem, moda e vida social e, finalmente, uma parte onde combinamos ciência, tecnologia e cultura, descreveu o director do semanário.
O jornal, que sairá aos Sábados, aposta também num site na Internet que albergará blogues dos principais colunistas e de leitores anónimos.

O director do novo semanário afirmou ainda estar convicto de que o jornal atingirá o break-even antes dos três anos previstos.

Vamos conseguir, seguramente. Eu até penso que vamos conseguir mais cedo, porque o prazo de três anos que estabelecemos foi um prazo de segurança, sempre pessimista quer no que respeita às receitas, quer no que respeita às despesas, afirmou José António Saraiva, acrescentando que, neste momento, todos os indicadores já mostram que vamos ultrapassar largamente as receitas que estavam previstas para o primeiro ano.

Para atingir este objectivo, o Sol conta com o naipe de colunistas mais forte de todos os jornais, temas e grafismos exclusivos e a determinação em marcar a agenda política nacional.

Com as estruturas informáticas e de comunicações, instalações e recursos humanos, o Sol fez um investimento inicial entre 4 e 5 milhões de euros.

O Sol nasceu para combater a hegemonia do semanário Expresso até aqui líder de mercado.

Ka

O CAIXOTE "CESTO"

Portugal tem a notável capacidade para ser incapaz de decidir o que quer que seja.
Quando o assunto pode provocar feridas, há sempre uma fórmula milagrosa, para que o esquecimento cicatrize tudo.

Entre adiamentos, recursos e inconstitucionalidades, nada como um final feliz para uma teia de casos de aparente corrupção: arquive-se!
Agora, pelos vistos, vai ser declarado inconstitucional o Decreto-Lei que enquadra a corrupção desportiva.
Em termos simples o caso apito dourado fica num limbo: a ele não se aplica lei alguma, pelo que centenas de horas de escutas e de processos vão parar ao caixote do lixo.
O Estado lava as mãos como Pilatos no caso da corrupção desportiva.
A FPF e a Liga, e já agora o Estado, vão de joelhos até à FIFA e à UEFA, mostrando como são servos da gleba.
O Gil Vicente é despachado para fora do circuito de manutenção desportiva. E os grandes dirigentes do futebol indígena lá vão continuar, felizes e contentes, a prometer um grande negócio para o país.
No meio de tudo isso já não se sabe se, no futebol nacional, há ingenuidade a mais se burrice total por parte do Estado.
É certo que diferentes líderes políticos viram no Euro’2004 uma óptima oportunidade para aparecerem na televisão e raramente perdem um segundo para surgir ao lado dos presidentes dos clubes de futebol.
A isto, antigamente, chamava-se promiscuidade.
Hoje, aparentemente, chama-se defesa dos interesses nacionais.
O que se está a passar com o caso apito dourado (nuvem passageira de uma tempestade que há muito tempo assola o país) é um sintoma dos brandos costumes deste país onde o medo de decidir é óbvio.
Alguém imagina que, em Portugal, pudesse suceder o mesmo que em Itália?
Não.
Por isso arquivar este caso, por inconstitucionalidade, é a fórmula ideal do país dormir descansado.
Atento aos golos e aos erros dos árbitros. E sem olhar para o poder que tudo move nas sombras.

F.S.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

AINDA NÃO TEM CONVITE PARA A FESTA DO ANO?

BUGALHEIRA "JET 8"



SERÁ DESTA?


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João José de Carvalho Taveira Pinto
[ Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor ]
e António José Prates
[ Presidente do Conselho de Administração da Fundação António Prates ]
convidam V.Exa para a inauguração da
Fundação António Prates
que se realiza no dia 30 de Setembro de 2006
pelas 18.00 horas

Avenida da Liberdade 64
Ponte de Sor

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terça-feira, 12 de setembro de 2006

NOVO ANO LECTIVO 2006/2007...

Está tudo na mesma.



Os nossos filhos continuam sem sanitários condignos, aquecimento, iluminação eficiente e equipamento lúdico de recreio.



Nada foi feito pela
Câmara Municipal de Ponte de Sor

em prol dos nossos filhos

que frequentam o ensino básico

do concelho de Ponte de Sor

212 Km/h

Exmo. Senhor Dr. Manuel Pinho
Ministro da Economia da República Portuguesa,
Foi a viatura oficial em que V. Exa. seguia no sábado identificada na A1, perto de Leiria, circulando a 212km/h.À comunicação social, V. Exa. viu-se forçado a justificar esta infracção alegando que circulava àquela velocidade por razões de interesse público.Percebemos que V. Exa. se sinta embaraçado.
É evidente que não há qualquer interesse público em colocar em perigo de vida os restantes utentes de uma rodovia, em descredibilizar as campanhas de alerta rodoviário promovidas pelo Minstério da Administração Interna, nem em contrariar a recente decisão governamental de reduzir para 118km/h o limite máximo [média] em auto-estrada por motivos ambientais e económicos.
Haverá países onde, por bem menos, um ministro se sentiria forçado a demitir-se para evitar arrastar consigo a credibilidade do governo em matérias de segurança e civismo rodoviários.
Mas V. Exa. sabe, como nós, que em Portugal o público não iria compreender que se retratasse e pedisse desculpas públicas por manifestar um comportamento anti-social na estrada.
Percebemos o embaraço de V. Exa, pois esse embaraço também é o nosso.
O Senhor Ministro não pode apresentar a demissão e nós não podemos exigi-la porque o público não o compreenderia.
É assim, não é, Senhor Ministro?!...
Com os melhores cumprimentos

Av. 5 Outubro, 142, 1º Dtº
1050-062 LisboaPORTUGAL

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

A CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE SÔR NÃO CUMPRE A LEI...


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A Câmara Municipal de Ponte de Sôr, não cumpre a Lei 6/206, (Novo Regime do Arrendamento Urbano) ao não constituir a Comissão Municipal Arbitral prevista no Decreto-Lei n.º 161/2006.
Os arrendatários e senhorios do concelho de Ponte de Sôr, estão desprotegidos face à Lei.

As Comissões Arbitrais Municipais (CAM), previstas no novo Regime do Arrendamento Urbano, entraram oficialmente em vigor dia 7 de Setembro, trinta dias após a publicação em Diário da República.
Estas comissões são constituídas por representantes da câmara municipal, que preside, do serviço de finanças; dos senhorios, dos arrendatários habitacionais, dos arrendatários não habitacionais, da Ordem dos Engenheiros, da Ordem dos Arquitectos e da Ordem dos Advogados.

11 DE SETEMBRO DE 1973


Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908Santiago do Chile, 11 de Setembro de 1973) foi um médico, político e estadista chileno. Foi o primeiro marxista eleito democraticamente presidente da república na América Latina.

Filho do advogado e notário Salvador Allende Castro e de Laura Gossens Uribe, Allende casou-se em 1940 com Hortensia Bussi Soto, com quem teve filhas: Paz, Isabel e Beatriz.

Começa a carreira política como deputado em 1937 e ocupa o Ministério da Saúde de 1939 a 1942. Foi senador em 1952 pelo Partido Socialista do Chile.

Concorre à Presidência da República em 1952 e em 1958.
Em
1964, é novamente derrotado nas eleições à Presidência da República.

Nas eleições presidenciais de 1970 concorre como candidato da coligação de esquerda Unidade Popular (UP). Embora sem maioria absoluta, conquista o primeiro lugar com 36,2% dos votos e tem seu nome confirmado pelo Congresso.
Allende assume a presidência e tenta socializar a economia chilena, com base num projecto de
reforma agrária e nacionalização das indústrias.

Em setembro de 1973, com ostensivo apoio dos Estados Unidos, as Forças Armadas dão um sangrento golpe de Estado que derruba o governo da UP. Allende suicida-se no Palácio de La Moneda, cercado por tropas do Exército de Augusto Pinochet .





sábado, 9 de setembro de 2006

A ADSL EM PORTUGAL É BARATA?

COMPARE OS PREÇOS DA ADSL POR PAÍSES

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA OU ASSEMBLEIA NACIONAL [parte II]

O texto do acordo

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA OU ASSEMBLEIA NACIONAL

Assinado pacto para reforma da Justiça


«Líderes parlamentares do PS e PSD protagonistas de acordo histórico


Os líderes parlamentares do PS, Alberto Martins, e do PSD, Luís Marques Guedes, assinaram hoje, na Assembleia da República, um acordo político-parlamentar para a reforma da Justiça. Sócrates e Marques Mendes sublinham a importância do acordo para o país.


O acordo entre o PS e PSD para a Justiça assinado hoje prevê que os grupos parlamentares daqueles partidos votem favoravelmente, na generalidade, as iniciativas legislativas relativas à revisão dos Códigos Penal e do Processo Penal.

O pacto contempla ainda a aprovação, na generalidade, de medidas ligadas à mediação penal, reforma dos recursos cíveis, acção executiva, revisão do mapa judiciário, acesso à magistratura, estatuto dos magistrados judiciais e do Ministério Público e autonomia do Conselho Superior da Magistratura.

Num prazo entre 90 e 180 dias, o Executivo enviará à Assembleia da República propostas de lei em todas estas matérias.


Está também previsto que, "em sede de especialidade, nos casos em que sobre a mesma matéria exista mais do que uma iniciativa legislativa, os dois grupos parlamentares PS e PSD, subscreverão propostas comuns de substituição, concretizando os princípios e as soluções estabelecidas", lê-se no acordo.

"O êxito da reforma da Justiça é fundamental para o desenvolvimento do país. Para se poder concretizar esse objectivo, é importante que as leis que a Assembleia da República venha a aprovar neste domínio disponham de um apoio mais amplo do que uma maioria de Governo, e muito em especial do principal partido da oposição", acrescenta o conteúdo do documento.

O pacto estipula também um calendário para aprovação das iniciativas legislativas relativas a todas as matérias que serão alvo deste pacto para a Justiça. Relativamente à votação final global, os dois grupos parlamentares cooperarão, de forma a assegurar que a mesma ocorra no prazo máximo de 60 dias após a sua apresentação e discussão na Assembleia da República.

Após a assinatura do acordo, o primeiro-ministro, José Sócrates, almoça com o presidente do PSD, Marques Mendes, em São Bento. Estão previstas breves declarações aos jornalistas.

Sócrates e Marques Mendes sublinham importância do pacto

Numa declaração, ao lado do líder do PSD, Marques Mendes, José Sócrates, disse que o acordo para a reforma da Justiça reflecte as "reformas inscritas no programa do Governo".

O primeiro-ministro apelou ainda ao apoio dos restantes partidos políticos. "Gostaria, se for esse o seu desejo, de ver outros grupos parlamentares associados a esta reforma. Quanto maior o consenso tanto melhor para a Justiça e para Portugal".

Marques Mendes sublinhou que o acordo hoje assinado vai de encontro aos interesses do país. “A Justiça em Portugal precisa de reformas serias e profundas e este acordo é um sinal nesse sentido”.

Quero saudar o primeiro-ministro pelo contributo decisivo que teve neste para o desfecho das negociações”, acrescentou o líder social-democrata.

Souto Moura manifesta apoio ao pacto

O Procurador-Geral da República, Souto Moura, manifestou hoje o seu total apoio ao acordo político-parlamentar PS/PSD para a reforma da Justiça, afirmando que esta deverá, assim, "seguir o seu rumo da melhor maneira".

"Encaro esta realidade com muito bons olhos", afirmou. "Ainda bem que houve um acordo de princípios e de estratégias por parte dos dois maiores partidos do país".»

A não ser em situações de crise institucional (como a não existência de uma maioria parlamentar) ou para fazer face a situações de grande gravidade (guerras ou fenómenos naturais) não vejo para que são necessários os consensos ou os pactos. Não só não discordo como considero que os consensos, ao contrário do que se pretende, levam a soluções piores, soluções pouco coerentes que são mais do que o denominador comum de propostas divergentes.
Na política como na gestão das instituições prefiro as rupturas aos conformismos consensuais.

Numa democracia parlamentar o partido que ganhou as eleições recebe um mandato para desenvolver os projectos que propôs ou que obedecem aos princípios que defendeu, cabe à oposição criticá-los, procurando mostrar à opinião pública que as medidas propostas são más ou piores do que poderiam ser.
Todos os deputados estão em igualdade e é assim porque todos os deputados, sejam da oposição ou do partido do governo, sejam do maior partido da oposição seja do mais pequeno, foram eleitos pelos cidadãos para os representar.

Negociar um pacto no segredo significa reduzir o parlamento a um registo civil, os deputados o partido que assinaram o pacto nem precisam de estudar os dossiers, não estão preocupados em convencer os eleitores que os elegeram de que as suas propostas são as melhores, podem almoçar regaladamente porque nesse dia só vão ter que dizer banalidades.
Os deputados dos partidos excluídos do negócio vão falar para as paredes, e nem os jornalistas vão perder tempo com uma sessão parlamentar sem qualquer interesse.

A generalização desta política de consensos promovida por Cavaco Silva pode levar a que o parlamento tenha mais semelhanças com a antiga Assembleia Nacional do que com um parlamento de uma democracia, os deputados estão lá para fazerem figura de corpo presente, e, de vez em quando, vão engalfinhar-se em torno de questões menores.
Se ainda por cima Sócrates continuar a manter em segredo as propostas que vai apresentar, impedindo a oposição e o seu próprio partido, de se prepararem devidamente para a discussão, o melhor é colocarem umas mesas de bilhar no hemiciclo.

Nas próximas eleições em que partido irei votar?

No da primeira ou no da segunda assinatura dos pactos?



JER

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

O TONHO NÂO SABE FAZER CONTAS???

A pouca vergonha do vale-tudo




Aqui (Lusa), aqui (Visão), aqui (TSF), aqui (Portugal Diário), aqui (RTP) - e é apenas uma amostra - pode-se recordar as palavras do ministro da Administração Interna a destacar o excessivo número de fogos na segunda semana de Agosto, com vários dias com mais de 500 ocorrências.
No dia 13 de Agosto, o Correio da Manhã referia mesmo que o dia 11 tinha sido o que registou maior número de incêndios florestais: 579 fogos.
Na generalidade das notícias, o ministro referia-se ao número elevado de ignições para sublinhar o esforço extraordinário das equipas de combate, pois conseguiram que nunca houvesse mais de 27 incêndios por dia para circunscrever. O ministro da Administração Interna destacava também que a média de ignições foi claramente superior, mas os danos claramente inferiores.

Ontem, no relatório da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, há uma nota de rodapé que refere o seguinte: O número de ocorrências apurado face ao último relatório sofreu entretanto uma actualização, em virtude da eliminação de um conjunto de falsos alarmes inicialmente contabilizados como ocorrências florestais.

Fui ver a dimensão dessa eliminação.
Pois bem: o conjunto de falsos alarmes (pressupondo que só ocorreram a partir de dia 16, dado que na segunda quinzena de Agosto houve, em cada dia, entre 11 e 206 fogos) representaram 1.109 ocorrências. Ou seja, em vez de 6.805 fogos na primeira quinzena, tivemos 5696; portanto um forjado incremento de 19,5% aquando do relatório de há duas semanas. Isto significa portanto que, garantidamente, poucos foram os dias da primeira quinzena de Agosto com mais de 400 fogos e nenhum ultrapasou as 500 ocorrências; portanto não houve qualquer excesso de fogos durante a primeira quinzena de Agosto. E, claro, estou a incluir os tais fogos com menos de 100 metros quadrados (e mesmo com 1 metro quadrado), que em 2005, conforme comprovei no meu livro, representaram cerca de 28% das ocorrências totais oficialmente contabilizadas. E este ano veremos quantos são...

Enfim, estamos no país do vale-tudo. E à descarada!
Há muito tempo que não via tamanha manipulação governamental, em conluio com as entidades técnicas da Administração Pública. E com a comunicação social, quase em coro, a cair na esparrela, tanto mais que quase aposto - a menos que entretanto leiam este blog e se insurjam - que agora nenhuma destacará esta desavergonhada manipulação.


P.A.V.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

OS PARECERES SÃO FATOS FEITOS...

O chamados pareceres fazem parte do cardápio da política nacional e local.
São a «fast-food» dos Governos e das Câmaras Municipais.
Encomendam-se por telefone. E sabem, geralmente, ao que se adivinha que vai ser o seu paladar.


Os pareceres, em Portugal, cumprem, com algumas ilustríssimas excepções, a nobre arte de dizerem o que os que os pediram esperam ler.
Um dos mais notáveis exemplos da função dos pareceres em Portugal é o chamado relatório Porter.
Custou uma fortuna.
Apontou as deficiências e as soluções para a economia portuguesa.
Leu-se, debateu-se e, claro, arquivou-se.
Passados uns anos, como se ele nunca tivesse existido, voltou tudo ao início. Começou-se outra vez a gastar neurónios sobre o que poderia salvar a economia e a pátria. E só faltou chamar Porter para fazer uma fotocópia da primeira versão do seu relatório.

O caso dos pareceres é ainda mais requintado.
Não se duvida da necessidade e eficácia deles.
O que se pode pôr em causa é se 75% deles são verdadeiramente merecedores do dinheiro que custam.
Até porque tem-se assistido a momentos humorísticos: quando há conflitos cada parte faz saltar do bolso um conjunto de pareceres de pessoas honestas.
Os pareceres banalizaram-se. E, nalguns casos, suscitam dúvidas sobre o seu interesse.
Os pareceres não são prontos a vestir.
São requintados e, claro, mais caros.
São fatos feitos, por um distinto alfaiate, à vontade do freguês.

É por isso que o dinheiro que a Câmara gastou em pareceres merecia ser explicado.


F.S.

POBRE PÁTRIA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE... [parte III]

Liga de Clubes ganha no caso "Totonegócio"

Tribunal isenta organismo de pagar 17 milhões de euros ao Fisco.

A decisão tomada pelo Tribunal Central Administrativo do Norte (TCAN) isenta a Liga de Clubes, ainda presidida pelo major Valentim Loureiro, do pagamento de 17 milhões de euros em dívidas ao Fisco.

O acórdão do tribunal refere que todos os bens da Liga servem para organizar o campeonato do futebol e caso esta dívida fosse cobrada, as competições portuguesas podiam estar em risco.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

POBRE PÁTRIA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE... [parte II]

Marques Mendes é o Harry Potter da política portuguesa.


Vai descobrindo, ao mesmo tempo do que os eleitores, os mistérios do Governo de Sócrates.
Nos livros os leitores descobrem, ao mesmo tempo do que Potter, que é capaz de voar numa vassoura.
Na política portuguesa estamos a tentar perceber, ao mesmo tempo do que Marques Mendes, se ele é capaz de liderar o País.


O próprio José Sócrates olha-o enfastiado, como se estivesse na escola dos Hogwarts. E quem procura criar uma nova direita duvida que ele desvende o segredo da pedra filosofal. A tarefa de Marques Mendes é ciclópica.

Tem de convencer a área política onde navega que é a alternativa mais credível ao Governo.
Tem de mostrar aos portugueses que governará melhor do que Sócrates. E tem de convencer Sócrates que é um adversário político digno de um combate.
Algo que, neste momento, é a última coisa que procura o líder governamental.
Sócrates está entrincheirado no poder.
Não está disposto a vir discuti-lo para um speaker’s corner qualquer. A menos que seja forçado a isso.
Sócrates prefere, neste momento, o silêncio do poder. E é só picando-o, incessantemente, que Marques Mendes o poderá fazer sair da sua gestão cautelosa do poder.
Sócrates nem quer muitos pactos de regime nem demasiadas rupturas.

Ao usurpar o território do centro que oferece o poder em Portugal desde que não seja incomodado, o líder do Governo sabe que assim não há oposição credível. É esse o problema de Marques Mendes.


F.S.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

OS DITADORES "CHUCHALISTAS" SÃO TODOS IGUAIS...[parte II]



Taveira Pinto

já encomendou o mesmo ao

IPC

POBRE PÁTRIA A NOSSA... ENTREGUE A TAL GENTE...

Sócrates publicou no Expresso um artigo sobre o próximo congresso do PS com o título "Um Congresso para o País".
Melhor título seria "Um Congresso para Sócrates".
Desde de que se candidatou a secretário-geral, Sócrates tem mostrado um extraordinário entendimento do que é o poder.
Nessa primeira campanha contra Alegre e Soares foi de uma vacuidade perfeita, cumprindo rigorosamente o plano de não se comprometer com nada de claro ou de preciso.
Na segunda, que lhe trouxe a maioria, também ficou pelo que era necessário (com uma ou outra mentira pelo meio).
A seguir, em pouco tempo, conseguiu calar e disciplinar o governo, como são Cavaco conseguira antes.
Quando chegou às presidenciais, não mexeu um dedo e viu com indiferença o melodrama da esquerda, sabendo que a derrota tarde ou cedo lhe entregaria o partido.
A cada passo, aumentou a sua autoridade pessoal .
Agora, pela mesma lógica, Sócrates tem dois fins principais.
Por um lado, anular Cavaco.
Como?
Adoptando a ideologia e o programa do "cavaquismo".
A moção de estratégia que apresentará no congresso e que se chama "Rumo do PS: modernizar Portugal" resume a ideia.
De facto, se o PS representar a "modernização" da economia e do Estado, como Cavaco a propõe (e a tentou fazer), muda por fora o centro de gravidade do regime.
O PS acaba por se transformar no partido "natural" de governo e o PSD num partido de protesto, crítica e recurso.
Discordando aqui e ali, Cavaco estão por definição impedido de obstruir a sua própria política e para Marques Mendes não sobra mais do que o pormenor e o método.
Isto, por um lado.
Pelo outro, Sócrates pretende "reformar" o PS e liquidar no ovo qualquer futura veleidade de esquerda.
A ideia, anunciada no Expresso, de juntar os fundadores do partido num são "instituto de estudo de políticas públicas", ou seja, num think tank "profissionalizado", darão ao secretário-geral uma superioridade absoluta sobre qualquer facção que o desafie ou conteste. E a proposta de extinguir a comissão permanente do secretariado (que Sócrates defende) elimina a Única, e a Última, plataforma concebível de uma oposição eficaz.
De Novembro em diante (o congresso é em Novembro), Sócrates mandará no PS sem rivais, nem obstáculos.
No PS e, cada vez mais, no país.
Poupado nas palavras, discreto, macio, habilidoso, Sócrates segue o seu caminho.

V.P.V.